Materiais:
Enviada em: 10/07/2018

Vidrados em rede       O ano de 1968 é marcado por uma onda de manifestações estudantis pelo mundo, desencadeada na França, por uma geração pós-guerra. Alcançado os anos 1980, a "Geração Coca-Cola"- definição atribuída ao Papa João Paulo II - ganha seu espaço e status de juventude revolucionária, principalmente no Brasil em transição do regime militar para o Estado democrático. Inicia-se o século XXI, e já próximo de completar duas décadas, é a vez da chamada "Geração Z" assumir e ter seu protagonismo estimulado perante aos rumos e decisões dentro da sociedade.       Nesse hiato, a "Geração Z" - definição de antropólogos e sociólogos referindo-se aos jovens nascidos na virada do milênio - diverge na estrutura e organização quando comparadas às gerações anteriores. A pluralização dos jovens dada por uma maior ação das mulheres, dos negros e da comunidade LGBT - Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais - já é um marco fundamental para essa turma que prega por igualdade de direitos e por espaço de ação. Ao mesmo tempo, foge de uma figura única padrão (o homem, branco e hétero), que marcará o individualismo em outro período, e atualmente é representado pela diversidade, reforçando a ideia do coletivo, característica da geração.      Indubitavelmente esse formato tende a incluir e dar voz aos mais despojados de direitos. Aliado a isso, a tecnologia, que acompanha essa geração dos vidrados em rede, oferta ferramentas de mídias sociais livres para expor opinião e mobilizar a massa. Um exemplo é o canal no YouTube de acesso gratuito "Politize!", que produz um conteúdo de qualidade em formação cidadã e política. Por outro lado, a estrutura escolar é uma barreira que inibe o protagonismo, seja na escola pública, por falta de estrutura e material de qualidade, seja na escola privada, onde seus alunos são direcionados para resultados em vestibulares.       Em síntese aos fatos mencionados, faz-se necessário uma intervenção sobre o tema. Parafraseando Immanuel Kant: "O homem é aquilo que a educação faz dele". E neste caso, há a necessidade do Ministério da Educação institucionalizar datas periódicas obrigatórias para escolas do ramo público e privado promoverem palestras tratando do protagonismo jovem, sendo um trabalho voltado para a educação política e cidadã. Cabe também às escolas incentivarem a criação de Grêmio Estudantil, a fim de estimular o papel e a função do jovem na sociedade desde o ensino médio.