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Enviada em: 16/07/2018

O jovem no século XXI: da apatia ao protagonismo       Ao mesmo tempo em que o mundo globalizado transforma o século XXI em um celeiro de oportunidades para os mais novos, mais de um bilhão de jovens, segundo dados da Organização das Nações Unidas, vivem em sociedades onde a juventude, cada vez mais apática e descrente da política, é duramente atingida pela marginalização econômica, situações de conflito e falta de perspectivas, estando também mais vulnerável ao extremismo. Dessa maneira, fica muito claro que o futuro de muitos países depende de uma juventude mais preparada, consciente e participativa, que se reconheça como agente de mudança no combate às desigualdades, intolerância e na preservação da paz.       Diante dessa situação de vulnerabilidade a que estão expostos os jovens, é crescente a preocupação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas com a fato de muitos se tornarem presas fáceis para extremistas, justamente em uma fase da vida na qual é mais latente a busca por um propósito e pela vontade de pertencer. Segundo Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, muitos jovens cometem atos terríveis de violência, mas a maioria busca a paz, especialmente em países afetados por conflitos, onde representam mais da metade da população. Acredita-se que as pessoas mais jovens, com seu idealismo e criatividade, compreenderão mais facilmente o que é preciso para o alcance da paz.       Sob o mesmo olhar, é também preocupante o crescente desinteresse pela seara política. O homem como animal político, de Aristóteles, parece não encontrar eco na juventude de hoje. O jovem do século XXI parece estar mais acomodado frente às mazelas sociais, menos questionador, mais individualista. Dados do Fundo de População das Nações Unidas revelam a baixa representatividade dos jovens no meio parlamentar, o que pode ser justificado tanto pela corrupção enraizada nos partidos, como também pelo fato de não se verem representados e muito menos terem atendidas suas demandas.       Sendo assim, o jovem deve ser blindado das intempéries globais e capacitado para enfrentar os atuais desafios que ameaçam a estabilidade e prosperidade do planeta, através, primordialmente, de ações educacionais que atinjam a primeira infância, preparando as crianças para resolver disputas de forma pacífica, enfrentar a injustiça e a intolerância, assim como rejeitar toda forma de discriminação e ódio. Fundamental, também, trazer o jovem para o debate político, utilizando para isso a plataforma digital como uma ferramenta de aproximação com seus representantes, como já é feito pelo projeto "engage.ch" da União dos Parlamentos Jovens na Suíça. Visualizemos sempre a juventude como uma promessa e não um perigo, cientes de que está em suas mãos a condução do nosso futuro.