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Enviada em: 15/07/2018

Desde o século XVIII, marcado pelo Iluminismo, entende-se que uma sociedade só evolui quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, ao observar os desafios encontrados para a inclusão de jovens em debates políticos no Brasil, atualmente, nota-se que esse ideal é concluído na teoria e não desejavelmente na prática e a problemática continua intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pelo pouco interesse da juventude, seja pelo desdém com que os jovens são vistos ao tratar desses assuntos. É evidente que a questão constitucional e o seu cumprimento estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo Aristóteles, a política deve ser utilizada de maneira que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De forma análoga, é possível perceber que, no Brasil, a superficialidade da educação política para jovens rompe essa harmonia, considerando que  a grade curricular compreende apenas matérias que abordam a política vagamente, mas não efetivamente, apresentando os assuntos políticos de forma pouco interessante, afastando os jovens desses debates, participando pouco da política.  Igualmente, destaca-se o menosprezo muitas vezes destinado aos jovens interessados no assunto, como impulsionador do problema. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotado de exterioridade, generalidade e coercitividade. Seguindo essa linha de pensamento, percebe-se ser frequente a falta de importância dada à fala de jovens quando o assunto trata-se de algo mais sério, pois através da rigidez expressa principalmente pela educação das gerações anteriores fomos ensinados que os mais velhos, pela experiência, têm razão e devem ser relevados e acatados enquanto os jovens em posição de aprendizes devem seguir orientações sendo muitas vezes subestimados ao apresentar um novo ponto de vista. É evidente, portanto, que ainda há dificuldades para a consolidação de políticas que buscam à inclusão dos jovens na política. Como proferido pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo. Logo, o Ministério da Educação (MEC) deve instituir, nas escolas, palestras e debates lideradas por jovens engajados na política, para que haja uma identificação, com o intuito de politizar os jovens alunos. O governo em parceria com a mídia, maior veículo formador de opinião, deve criar e divulgar um canal que apresente jovens comentando temas sociais, promovendo a ideia de que jovens são sim capazes de entender, analisar, argumentar e intervir de forma eficaz sobre política, para que assim o tecido social se liberte de certos tabus para que não viva a realidade das sombras, assim como na alegoria da caverna de Platão.