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Enviada em: 06/08/2018

O político e guerrilheiro Ernesto Che Guevara, afirmou que a juventude é a argila fundamental de sua obra, pois nela deposita toda a sua esperança. Ora, o que foi afirmado por uma das mais icônicas figuras do século XX reverbera para além do campo das revoluções, uma vez que, é notório na história, o fato das bonanças e mazelas de uma geração passarem à outra sob a forma de distintas vontades. Sendo assim, na insipiência do século XXI, os jovens anseiam encontrar espaço na miríade de possibilidades legadas por seus antecessores, e para isso deverão contar com o apoio das comunidades e dos governos, a fim de que não se percam, mas encontrem seu caminho, sua função.      Em primeiro lugar, a ideia da juventude, e seu lugar, bem como sua função no século presente, está ligada à realidade de uma modernidade que, ao contrário daquela vivenciada pelas gerações passadas, não mais é sólida, antes porém, é líquida, como afirma Zygmunt Bauman. Assim sendo, os jovens experimentam uma realidade permeada por incertezas que se manifestam em campos diversos de sua experiência de vida. Por exemplo, uma pesquisa feita no site do Jornal Hoje, apontou que mais de 29% dos internautas têm medo do futuro profissional. Do mesmo modo, um estudo feito pelo NUBE, apontou que 62% dos jovens temem ficar desempregados. A causa de tais temores se evidencia pela frenética mudança tecnológica, além da crescente exigência de uma qualificação diferenciada. Por consequência, insuflados por múltiplas pressões de ordem sociofamiliar, acerca de sua função profissional, a juventude atual padece de insegurança, depressão e desilusão.      Em segundo lugar, verifica-se o problema da alienação, bem como a redução da participação cidadã em questões socioeconômicas pertinentes aos mesmos. Nesse ínterim,  os jovens são influenciados por uma mídia que fomenta a futilidade e o consumismo, assim como o distanciamento de um senso crítico que levante questionamentos às estruturas de opressão, e as causas da desigualdade. Por conseguinte, a indiferença política prevalece e o motor juvenil de uma profunda mudança sociocultural permanece em estado estanque, perpetuando, assim, as mazelas sociais.      Portanto, tendo em vista as problemáticas elucidadas, cabe ao governo, fomentar através da secretária da juventude, um plano de integração nacional dos jovens com o mercado de trabalho, além de ampliar a democratização do acesso às qualificações exigidas pelas empresas; com efeito, promovendo a absorção da juventude no mercado formal de trabalho. Da mesma forma, cabe às comunidades e escolas, através da educação e participação social, apontar aos jovens um caminho de vivência cidadã, e postura crítica ante a realidade, a fim de que sejam protagonistas da evolução social do país. Assim, conquistando um engajamento maduro, que visa uma maior liberdade para todos.