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Enviada em: 26/08/2019

Jovem no Século XXI    Sobre a cor da pele indicadora da origem racial, 53%  declararam-se pardos ou negros e 36% brancos; 4% disseram ter pele amarela e 3% declararam-se indígenas. Para nós, que vivemos no sul, é bom ter consciência dessa atual realidade etnográfica brasileira, a fim de superarmos eventuais preconceitos raciais explícitos ou latentes. Surpreende que o porcentual de jovens de origem oriental seja relativamente tão expressivo e supere o número de brasileiros indígenas ou de seus descendentes. Somos, portanto, uma população de pardos, negros e brancos, mesclada por alguns olhos amendoados e por semblantes tupis-guaranis que ainda resistem ao desmonte de suas identidades étnicas causado pela hegemônica supremacia da comunidade indo-européia majoritária.          Quanto à ocupação principal, a pesquisa apontou que 35% da população juvenil só trabalha; 25% são apenas estudantes; 25% estudam e trabalham, e 15% não estudam e nem trabalham. Assim, o porcentual dos que somente estudam é pequeno, se comparado com o de países considerados desenvolvidos. Já os que trabalham de forma permanente ou fazendo "biscates" somam 60% da juventude brasileira, aí incluídas as jovens donas de casa, que representam 5% desse batalhão juvenil. Surpreendeu-me saber que o sonho de 51% dos nossos jovens é ter um emprego e trabalhar. Destes, 18% sonham em ser médico ou advogado. No primeiro caso, a explicação parece fácil. A medicina é uma atividade profissional respeitada e capaz de garantir uma vida de bem-estar social. Afinal, os médicos ainda dispõem de um mercado com boas oportunidades de trabalho. Quanto à advocacia, creio que o sonho se deve às imagens midiáticas dos grandes e famosos advogados, que conquistaram o sucesso profissional e financeiro na defesa dos autores das fraudes bilionárias contra a administração pública e o sistema econômico financeiro. Parece que os jovens desconhecem que a maioria dos advogados dá duro para se manter na atividade profissional. Tudo indica que as carreiras da magistratura, do Ministério Público, da Polícia Federal e as assessorias jurídicas em geral também influenciaram a resposta dos jovens em relação aos seus projetos de vida profissional. O sonho juvenil de uma vida melhor, passa também pelo desejo de ter casa própria (14%); terminar os estudos (12%); ter uma boa família (10%); ganhar dinheiro (9%), e ter um carro ou uma moto (4%). Apenas 3% responderam que seu maior sonho é ser feliz e um porcentual menor ainda de 1% sonha com "um mundo sem violência"."