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Enviada em: 28/10/2017

Em 2011 eclodiu uma série de manifestações e protestos que ficaram conhecidas como Primavera Árabe. Os eventos, que foram organizados pelos jovens árabes através das redes sociais, foram responsáveis pela derrubada de regimes ditatoriais e pela implementação de governos democráticos em seus respectivos países. Fica evidente, portanto, a importância da juventude no mundo contemporâneo, através da participação no debate político de uma nação. No brasil, contudo, devido a fatores socioeconômicos, a opinião política desse grupo não tem sido valorizada, o que impossibilita mudanças estruturais no país.    É indubitável que a influência do sistema capitalista nas disputas eleitorais esteja entre as causas do problema. Conforme ideário marxiano, a economia e o capital determinam a estrutura da sociedade. Desse modo, depreende-se que os indivíduos mais abastados, que geralmente são mais velhos e possuem dinheiro para financiar suas campanhas, controlam o sistema eleitoral, enquanto que os jovens, quase sempre desprovidos de capital acumulado, são excluídos do cenário político. Por conseguinte, este grupo ocupa apenas 3% das cadeiras do Congresso Nacional, não obstante representarem 40% do total de eleitores.    Assim sendo, a negligência perante as opiniões políticas dos jovens tem efeitos nefastos na sociedade brasileira, pois impede a modernização do país. De acordo com a Terceira Lei de Newton, toda ação possui uma reação de mesma intensidade e sentido oposto. De maneira análoga, a ausência da juventude no âmbito político apresenta também uma reação contrária: a falta de contraponto à velha política e aos ideais conservadores. Consequentemente, a política nacional se torna rígida, antiquada e engessada, reprimindo mudanças de caráter liberal ou inovador nas estruturas do país, tal como as que ocorreram no mundo árabe.    Torna-se claro, portanto, que a falta de voz da juventude no debate político nacional precisa ser defrontada. Nesse sentido, cabe as ONGs destinadas à defesa dos direitos civis pressionarem o governo pela criação de uma cota eleitoral para esse grupo, a fim de aumentar a representatividade dos jovens no Congresso Nacional, nas assembleias legislativas e nas câmaras municipais. À juventude do país, por sua vez, competem a promoção de ideais inovadoras e a oposição à velha política, por meio de debates críticos nas redes sociais e de manifestações populares nas grandes cidades e em frente às sedes do Poder Legislativo. Dessarte, poder-se-á valorizar o papel dos jovens na política nacional, assim como já ocorre nos países árabes.