Materiais:
Enviada em: 31/10/2017

O Brasil vivenciou uma ditadura militar entre 1964 e 1985 que revogou os direitos políticos da população por meio de atos institucionais. A sociedade, proibida de participar e acompanhar os assuntos públicos, distanciou-se da administração governamental. No entanto, embora mais de trinta anos tenha se passado, as consequências desse período repressor persistem na atualidade, em especial na juventude, tornando-se um desafio para o país reaproximar os jovens da participação política.             A princípio, vale pontuar que as características herdadas do regime ditatorial corroboram para a segregação entre público juvenil e política. Comprova-se que o caráter omissor ainda é presente através da pesquisa feita pela ONG Ação Educativa, que revela que cerca de 35% dos entrevistados não se sentem motivados a terem uma vida pública ativa devido à insuficiência de informações. Dessa maneira, nota-se que a população sente-se excluída e enganada pelo pouco conhecimento acerca dos governantes e pela pequena participação em intervenções públicas.             Ademais, convém frisar que a crise no sistema político do século XXI mostra-se responsável pelo índice cada vez menor de eleitores. Escândalos sobre corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de verbas e pagamento de propina são alguns exemplos do atual cenário político brasileiro exibido diariamente em jornais e redes sociais, que colocam em descrédito o apoio e o interesse dos jovens em temas governamentais, já que estes se sentem eleitores sem poder de mudança. Desse modo, percebe-se que os dados da Agência Nacional que apontam em uma redução no número de jovens que votam regularmente são justificados pelo contexto de complexos embates e corrupção.              Logo, é inquestionável que as heranças do período ditatorial devem extinguir-se da sociedade. para que haja uma juventude politicamente ativa. Para isso, é necessário que o Poder Legislativo atue, criando ambientes que aproximem os jovens da política, como fóruns em locais públicos e redes ou sites de debate em ambientes virtuais, possibilitando a interação entre figuras públicas e a população civil, unindo-as por meio do diálogo, rompendo com a cultura excludente que persiste. Além disso, as escolas, com apoio do Ministério da Educação, devem investir em formação política, por meio da inserção de atividades lúdicas e coletivas na grade curricular, desenvolvendo cidadãos conscientes sobre a necessidade de manter-se ativo politicamente, exibindo exemplos nacionais de patriotismo e força política da nação, como os inconfidentes mineiros e os alfaiates da conjuração baiana para motivá-los. Ainda, cabe ao Executivo e ao Judiciário, fiscalizarem casos de corrupção e punindo os governantes sem valores éticos, impedindo a perpetuação de uma imagem de política corrompida.