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Enviada em: 27/01/2018

Na Grécia antiga, as pessoas consideradas cidadãs eram aquelas dotadas de direitos e participação direta no corpo deliberativo do Estado. Muitos eram os debates nas chamadas ágoras da tradicional Atenas que por ter uma democracia direta possibilitava que todos os cidadãos participassem das tomadas de decisões político-administrativas da cada região. No entanto, decorrido séculos até os dias atuais as concepções de representação e participação política mudaram muito, embora a democracia seja ainda a pilastra que sustenta a maioria das sociedades ocidentais há muitos desafios a serem vencidos, como os problemas no tocante a participação do público jovem nos debates sociopolíticos.   Nesse contexto, é perceptível que a participação de jovens nos órgãos de representação política indireta é quase que inexpressíveis, tendo em vista a proporção entre o número de eleitorado jovem e os representantes políticos. Segundo dados da Campanha por um Plebiscito Constituinte para a Reforma Política, o eleitorado jovem corresponde a quarenta porcento do total, enquanto que a participação de jovens no Congresso Nacional é apenas de três porcento do total. Tais dados permitem comprovar a ausência de representatividade da visão de sociedade compartilhada pelas pessoas mais jovens no Brasil.    Nesses termos, pode-se inferir um fator que é o ponto nevrálgico da inserção jovem na política, que é o preparo, principalmente intelectual daqueles que se dispõem em realizar alguma atividade, seja como líderes de massas ou como políticos propriamente ditos. O filósofo brasileiro Olavo de Carvalho inferiu em uma de suas obras " Todo jovem sonha em mudar o mundo, mas mal sabem eles o que é mundo". Com essa proposição o filósofo quis salientar exatamente a ausência de erudição cognitiva inerente da maioria dos jovens brasileiros, haja vista que os mesmos não dispõem de qualquer tipo de apropriação literária política durante a vida escolar média.    Dito isso, é indubitável a necessidade da implementação de medidas que venham preparar e dar mais voz ao público jovem no Brasil, portanto, faz-se necessário a ação integral da sociedade em consonância com as autoridades federais competentes para o tratamento dessas questões. Sendo assim, deveriam ser impostos pelos órgãos federais de regulamentação de partidos políticos o estabelecimento de um número mínimo de jovens em cada partido — com isso os ideais jovens estariam devidamente representados e passariam a ser pautados nas grandes discussões de âmbito nacional. Ademais, seria de grande vália a implementação por parte do Ministério da Educação do ensino de uma literatura política já no nível médio das escolas públicas, no objetivo de formar uma mentalidade jovem de qualidade superior e de alta apropriação literária.