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Enviada em: 07/06/2018

Ao longo de sua história, o Brasil manipulou a perspectiva de nação racialmente democrática. Porém, as relações sociais entre negros e brancos, as situações cotidianas e a forma como o primeiro grupo é visto pela sociedade brasileira denunciam a permanência do racismo e da ignorância. Ainda que, a Constituição Federal estabeleça que todos os homens são iguais, sem a distinção de cor ou raça, a população negra convive diariamente com a discriminação em suas amplas formatações.  Primeiramente, é válido ressaltar, que o cenário pós abolição da escravidão, em 1888, é decisivo na história, visto que não houveram movimentos sociais ou ações políticas afim de realocar os recém libertos na sociedade brasileira. Em decorrência dessa falta de responsabilidade politico-social, houve um grande movimento de marginalização urbana, que concentrava em locais afastados indivíduos carentes de educação e saúde básica. Atualmente, as favelas são o maior exemplo da manutenção da exclusão social, pois são nesses locais que congregam uma população pobre, vítima da violência e da falta de recursos e investimento.   Contudo, cita-se os importantes avanços sociais atuais, como as ações afirmativas nas universidades, a obrigatoriedade do ensino da história dos povos africanos nas escolas e a conquista de espaço nos meios de comunicação. No entanto, segundo o Atlas da Violência de 2017, a mortalidade de negros e pardos é quase três vezes maior que a de brancos, o que revela uma situação alarmante e de vulnerabilidade juvenil negra no país. Isto é, ao convergir a educação pública precária e desestimuladora e, ainda, a falta de oportunidades de trabalho obtém-se consequências nocivas e retardadoras do avanço social no Brasil.   Portanto, o Governo Federal deve atuar junto as Secretárias de Saúde e Educação afim de elaborar um plano de garantia a qualidade de vida nas favelas, tendo como base a saúde e a educação acessíveis e de boa qualidade. Cita-se como excelentes iniciativas o aumento do número de escolas públicas e unidades de pronto atendimento, afim de estimular a procura desses direitos. Além disso, as medidas já tomadas, como o ensino da cultura africana e as cotas raciais, devem ser protegidas e mantidas pelo Governo, afim de catalisar o acesso e o conhecimento por meio da educação. Por fim, deve ser realizado um trabalho intensivo e de apuração dos casos de violência no país, de forma a garantir a igualdade no tratamento policial e judicial de negros e brancos. Assim, as marcas deixadas por mais de 300 anos de escravidão no Brasil serão apagadas e superadas, colocando verdadeiramente o país como racialmente democrático.