Materiais:
Enviada em: 23/06/2018

O Brasil da Casa Grande                Conforme mostra Gilberto Freyre no seu livro Casa Grande e Senzala, a escravidão no Brasil é vista desde o século XVII, perdurando durante toda a história. Essa prática foi abolida em 1888, entretanto não é o que se nota atualmente com constantes denúncias de escravidão moderna. Diante disso, deve-se analisar como as amarras históricas e a vulnerabilidade do indivíduo influenciam na problemática.            A herança histórico-cultural é uma das principais responsáveis pela naturalização do serviço análogo à escravidão. Isso decorre desde a plantação da cana-de-açúcar no Brasil, onde escravizados vindos da África eram inferiorizados e submetidos à vontade de seu senhor de engenho. Em virtude disso altas jornadas de trabalho, violência física e condições degradantes de moradia são novamente reproduzidas no século XXI, mostrando um retrocesso da sociedade. Infelizmente, cenas mostradas no filme 12 Anos de Escravidão não estão totalmente extintas, apesar do filme de passar em 1841. Por consequência desses fatos, a habituação da sociedade perante à escravidão moderna se tornou algo aceitável e indiferente diante de uma sociedade acostumada com essa prática.              Além do mais, nota-se ainda uma vulnerabilidade econômica e educativa sobre os trabalhadores. Sem dúvidas, pessoas mais suscetíveis ao trabalho análogo à escravidão são pobres, analfabetos e muitas vezes imigrantes, os quais são iludidos por boas propostas de emprego. Segundo o Ministério do Trabalho, os ramos em que há maiores casos de serviço degradante são a pecuária, a agricultura, a indústria têxtil e a construção civil, englobando grandes nomes do mercado. Certamente, são ramos em crescente evolução e de grande importância para o Brasil, porém com participação de escravos modernos, o que faz transparecer uma imagem de pobreza cultural e educativa, confirmando que os novos senhores de engenho existem.            Torna-se evidente, portanto, que a questão histórica e a fragilidade social precisa ser revisada. Em razão disso, o Estado e a sociedade devem atuar juntos, promovendo denúncias, repressão e divulgação desses atos, a fim de mostrar e alertar a população a qual não pode se habituar a essa prática, por meio de redes sociais e ONGs. Ademais, o Ministério do Trabalho e auditores fiscais devem ser mais rígidos com os criminosos, aplicando penas e multas mais severas, também deve haver assistência à vítima, oferecendo apoio mental e físico. Dessa forma, a escravidão será efetivamente abolida