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Enviada em: 30/06/2018

Conforme o sociólogo Pierre Bourdieu, os indivíduos incorporam, naturalizam e reproduzem determinados comportamentos e estruturas sociais ao longo do tempo. Essa premissa denominada herança histórica-cultural é notadamente percebida ao passo que a escravidão abolida há três séculos , ainda permanece enraizada no desenvolvimento da sociedade atual. Dessa forma, deve ser analisado como o preconceito e o trabalho escravo contemporâneo contribuem com a permanência desse legado hodiernamente.  Em primeiro lugar, os negros, durante o período colonial, eram os principais alvos da escravidão. Com a invalidação da atividade, esses indivíduos ficaram à margem da comunidade, pois não foram criados mecanismo para inseri-los socialmente. Devido à isso, tal minoria ficou exposta aos preconceitos e  às desigualdades que prosperaram até os dias atuais, assim como foi dito por Pierre. Por conseguinte, essa parcela da população sofre com a invisibilidade social e com as dificuldades de se introduzir no mercado de trabalho.  Em segunda análise, o Brasil faz parte da Organização das Nações Unidas (ONU), cujos países participantes estão interligados pela carta de Direitos Humanos. Entretanto, a existência da escravidão contemporânea na sociedade brasileira rompe com a dignidade e a liberdade das pessoas exploradas. Isso ocorre à medida que cidadãos sofrem com alojamento precário, falta de saneamento básico e higiene, isolamento geográfico e retenção de salário. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, a maior parte dessa submissão ocorre na pecuária, na qual cerca de doze mil pessoas foram libertadas até 2014.  É evidente, portanto, que a escravidão deixou heranças negativas que quebram os direitos de milhares de pessoas. Dessarte, é mister que os Ministérios da Educação e da Cultura criem mecanismos para diminuir os índices de preconceito. Isso deve ser feito em parceria com a mídia, com a transmissão de novelas, propagandas que sejam direcionadas a todos os públicos e que tenham no seu conteúdo a história e a cultura das pessoas oprimidas, no caso os negros, a fim amenizar os problemas enfrentados por eles. Para mais, o Governo Federal junto com o Ministério do Trabalhador, deve adotar medidas de assistência ao trabalhador libertado e fixar as repressões ao crime do trabalho escravo. Tais ações devem ser feitas por meio do alojamento e da assistência social à vítima e da condenação,da fiscalização e do confisco das propriedades do criminoso, ´para que , assim, a prática desse delito cesse. Dessa forma, será possível decrescer os efeitos causados pela herança histórica-cultural defendida por Bourdieu.