Materiais:
Enviada em: 03/07/2018

Conforme mostra Gilberto Freyre, no seu livro Casa Grande e Senzala, a escravidão no Brasil é vista desde o século XVII, perdurando durante toda a história. Essa prática foi abolida em 1888, entretanto não é o que se nota atualmente com cenas recorrentes de escravidão moderna. Diante disso, deve-se analisar como as amarras históricas e a vulnerabilidade do indivíduo influenciam na problemática. De modo à produzir o despertar da sociedade civil perante esse impacto social.             A herança histórico-cultural é uma das principais responsáveis pela naturalização do serviço análogo à escravidão. Isso decorre desde a época da plantação da cana-de-açúcar no Brasil, em que escravos vindos da África eram inferiorizados e submetidos à vontade do seu senhor de engenho. Em virtude disso, altas jornadas de trabalho, violência física e condições degradantes de moradia são novamente reproduzidas, a fim de mostrar o retrocesso da sociedade. Infelizmente, cenas do filme 12 Anos de Escravidão não estão totalmente extintas, mostrando as liberdades individuais mais uma vez oprimidas. Por consequência desses fatos, a habituação da sociedade diante da escravidão moderna se tornou algo aceitável e indiferente em face de uma cultura acostumada com essa prática, em que o cidadão se torna apenas um expectador ao invés de um ator na luta das liberdades.            Além disso, nota-se uma vulnerabilidade econômica e educativa sobre os trabalhadores. Sem dúvida, pessoas mais suscetíveis ao trabalho análogo à escravidão são as mais desfavorecidas economicamente, educativamente e muitas vezes imigrantes, os quais são iludidos por boas propostas de emprego. Todavia, devido às crises econômicas, o esteriótipo do escravo moderno pode mudar, de modo à abranger até mesmo pessoas de classes econômicas altas, pelo fato do desemprego se perdurar no cotidiano do brasileiro. Certamente, um setor o qual  prevalece o trabalho degradante é o da indústria têxtil, esse fato é observado no dia a dia com lojas de roupas a preços abaixo do normal, tornando-nos parte do ciclo que alimenta a escravidão por meio da compra desses produtos baratos. Desse modo, a pobreza cultural e educativa dos cidadãos faz transparecer essa sociedade escravocrata.             Torna-se evidente, portanto, que a questão histórica e fragilidade social precisa ser revisada. Em razão disso, as mídias sócias, como rádios locais, televisões e redes sociais em parceria com empresas privadas devem criar campanhas, espalhando infográficos e  números para denúncia a fim de divulgar e alertar a população, a qual não pode se habituar a essa prática. Ademais, o Ministério do Trabalho e auditores fiscais são necessários para haver uma fiscalização mais rígida, aplicando multas mais severas e deve haver também o apoio à vítima para que não haja trabalhos outorgados. Assim, a escravidão será efetivamente abolida.