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Enviada em: 10/07/2018

A obra intitulada "Harry Potter", de J.K. Rowling, discorre a respeito de Dobby, um elfo mágico, que por causa de sua raça é marcado pela servidão precária. Apesar de toda a subjetividade, a trama serve como um gancho para abordar a respeito do legado discriminatório a partir do momento em que é corroborada a dicotomia existente entre postura social e herança cultural. Nesse sentido, faz-se necessária uma análise desse hábito nocivo, porém já enraizado, além de soluções para combatê-lo.    É necessário considerar, antes de tudo, que 130 anos após a assinatura da Lei Áurea, desigualdade e violência ainda são realidade. Vale ressaltar que a escravidão persistiu como principal forma de trabalho no Brasil Império. Entretanto, mesmo com a promulgação da abolição da escravatura, em 1888, o governo demonstrou tendências retrógradas. Afinal, a inserção social do negro não garantida foi somada a prática de isonomia marginalizada. Além disso, houve o crescimento da intolerância e preconceito, o que pode justificar a alarmante violência que a população negra sofre no Brasil. Tal fato é corroborado, ao citar a pesquisa do Ministério Público que, a cada três assassinatos no país, dois deles são de negros.    Convém analisar, também, que a complacência social dissimula uma ótica dominante que perde a oportunidade de gerar igualdade. Estereótipos, apelidos e frases racistas, piadas de "humor negro", compartilhamento de "memes" com teor preconceituoso, são alguns dos mais variados exemplos que auxiliam na perpetuação da exclusão e intolerância. Desse modo, é notório que o negro é duplamente discriminado no Brasil, seja por sua bagagem histórica que induz ao prejulgamento ou por sua cor de pele que carrega as marcas de uma minoria. Culminando assim, em tragédias como, o genocídio praticado por grupos que se auto-intitulam “justiceiros” e julgam-se no direito de punir jovens, a maioria negros, que supostamente cometeram atos ilícitos.    Fica claro, portanto, que fazem-se necessárias medidas para tornar viável uma sociedade civil que não transgrida os direitos individuais. É de suma importância que a mídia, como grande formadora de opiniões, junto com ONGs, utilize a ficção engajada e jornais, na tentativa de ser um canal de vanguarda da minoria difundindo a cultura de criticidade, quebra de estereótipos e a necessidade do respeito e igualdade, seja por meio de matérias jornalísticas com dados, documentários e entrevistas com simpatizantes da causa. E por fim, o Ministério da Justiça deve fiscalizar as leis já existentes, a fim de criar medidas punitivas para a transgressão do legislativo, com a implementação de multas ou trabalhos voluntários com os agentes socializadores. Só assim, com a mobilização de um todo, haverá mudanças.