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Enviada em: 10/10/2018

Desde os primórdios do Brasil colonial, existe a cultura de não aceitação daquilo que nos é diferente. Os portugueses, a mando da Coroa, foram responsáveis pela escravização de milhares de índios nativos e negros africanos, visto que acreditavam na superioridade da raça branca. Porém, esse panorama ainda prevalece no país, fato que evidencia a herança preconceituosa deixada pelos europeus.       Em primeiro lugar, é importante destacar que, de acordo com o Código Penal Brasileiro, o trabalho análogo ao de escravo é caracterizado por condições degradantes, jornadas exaustivas, tarefa forçada e servidão por dívida. Tal conjuntura, teoricamente, teve o seu fim em 1988, quando a Lei Áurea foi sancionada, entretanto, situações dessa natureza ainda fazem parte da realidade do país, como é o caso da região Norte, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho). Nessa localidade, são encontrados os “gatos”, empreiteiros que atraem indivíduos através de falsas promessas, mas os obrigam a servi-los.       Além disso, o atual cenário brasileiro se baseia no individualismo. Essa realidade contribui na disseminação de discursos preconceituosos, em que determinados raças e etnias são inferiorizadas em detrimentos de outras. Desse modo, é perceptível a existência de imposições sobre minorias, a exemplo dos negros que, até os dias atuais, sofrem com a servidão. Prova disso são os dados do Ministério do Trabalho, os quais apontam que, entre 2014 e 2017, sete cidades do Rio Grande do Norte foram registradas na Lista Suja do Trabalho Escravo Contemporâneo.       Fica claro, portanto, que a sociedade brasileira compactua com a herança da escravidão. Diante disso, o Ministério do Trabalho deve, através de sindicatos e da CTP (Comissão Pastoral da Terra), criar postos de fiscalização nas regiões onde há maior incidência de exploração no ofício, a fim de amenizar violações aos direitos humanos e, também, punir àqueles que infringirem a liberdade e as concessões trabalhistas das vítimas em questão. Ademais, a escola pode, por meio de palestras, conscientizar os jovens sobre a necessidade da igualdade entre os indivíduos, com o intuito de diminuir as manifestações de ódio, beneficiando a comunidade e auxiliando a construção de um espaço mais tolerante.