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Enviada em: 18/10/2018

Segundo George Santayana, filósofo espanhol, aqueles que não conhecem o passado estão condenados a repeti-lo. O Brasil aboliu a escravidão em 1888, entretanto, ainda é possível encontrar diversas características sociais que remetem a essa época sombria na atualidade. Dessa forma, é imprescindível discorrer sobre o preconceito e a desigualdade social que os marginalizados encontram no século atual.           Em primeira análise, o preconceito racial é uma grande barreira social para a inserção desses indivíduos na sociedade. Muitos sofrem agressões verbais e físicas devido à cor da pele, o tipo e estilo do cabelo e vestimentas. Como exemplo, temos o comentário da socialite Day McCarthy sobre a foto de Titi, filha adotiva negra do ator Bruno Gagliasso, em que a criança é chamada de "macaca". Além disso, uma parcela grande do corpo social tende a prestar mais atenção quando um negro entra num coletivo público do que um branco, pois já associam furtos e roubos à pessoas de cor. Portanto, a discriminação é a herança mais bárbara da escravidão que contribui para a hierarquização social.               Ademais, a desigualdade social é o principal fator responsável pela marginalização dos negros. Análogo ao período da abolição, em que os escravos foram libertos, mas não foram amparados pelo Governo e sociedade, o que resultou na criação de trabalhos informais ou até a permanência nas fazendas os condicionando à situações insalubres, os dias atuais refletem essa realidade. Muitos se sujeitam a esses meios porque acreditam ser a única forma de adquirir renda e suprir suas necessidades, visto que as oportunidades para empregos formais são insuficientes. Por conseguinte, a criação de cotas, por exemplo, é um meio de ampliar as oportunidade destes.             À luz do exposto, as mazelas da escravidão estão presentes na sociedade atual. Para tanto, o Ministério Público devia fiscalizar, junto aos responsáveis pelas redes sociais, as contas de usuários que disseminam comentários racistas, a fim de bloqueá-los e puni-los conforme a lei. Por sua vez, a mídia deveria realizar propagandas impactantes que condenam ações discriminantes, no intuito de impactar e inibir os que efetuam essas ações. Além disto, o Ministério do Trabalho e o Ministério da Educação, deveriam criar mais instituições de ensino profissionalizante, melhorar a infraestrutura nas existentes e realizar projetos que incentivem a promoção do mercado laboral, com o objetivo de ampliar o conhecimento profissional desses indivíduos e assim promovê-los ao trabalho formal.