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Enviada em: 19/10/2018

Durante o Período Colonial e até parte do Império, o Brasil viveu sob regime escravocrata. Sabe-se que foram três séculos de escravidão, e apesar de completar, em 2018, 130 anos da abolição, ainda existe um legado desse regime no território brasileiro. Logo, nota-se a grande problemática acerca da manutenção de características escravistas na sociedade brasileira, cenário esse motivado pelas práticas preconceituosas, o racismo velado, e pela permanência de trabalhos análogos a escravidão.       Em princípio, é fácil notar comportamentos racistas no cotidiano do brasileiro. Salienta-se que a psicologia chama tal fenômeno de “viés inconsciente” — um conjunto de estereótipos que todas as pessoas mantêm sobre diferentes grupos sociais, um olhar automático com base no histórico cultural. A partir disso, é perceptível o quanto expressões, como “dia de branco”, “um preto de alma branca”, e atitudes, como achar que todo negro é assaltante, chama-los de exóticos, pensa-los em cargos trabalhistas inferiores ao branco, são carregadas de preconceito velado. Nesse sentido, torna-se essencial lutar contra esses estereótipos a fim de combater tal pensamento.       Além das práticas racistas, há também os novos modelos de escravidão da atualidade. Por esse ponto, evidencia-se que boa parte da população lida com trabalhos compulsórios e mal remunerados, sob ambientes insalubres e degradantes para fugir do desemprego. A saber, o Ministério do Trabalho resgatou cerca de 1010 trabalhadores sob condições similares a escravidão, em 2015, devido a se caracterizarem como práticas proibidas por lei. Portanto, mostra-se necessário aumentar a fiscalização do cumprimento das leis trabalhistas com o intuito de refrear esse problema.       Destarte, é crucial mudar a mentalidade do brasileiro com o propósito de diminuir a herança do regime escravista. É de fundamental importância instruir a população acerca do racismo velado, por meio de programas didáticos com historiadores e psicólogos, criados pelo Ministério da Educação e veiculados na mídia e em escolas. Aliado a isso, os jornais televisivos devem aumentar a divulgação de mobilizações da internet, como a “#MeuRacistaFavorito”, que revelam pensamentos preconceituosos disfarçados de opinião. Faz-se necessário também que o Governo Federal aumente o incentivo fiscal destinado aos órgãos do Ministério do Trabalho, com o objetivo de intensificar as fiscalizações e retirar mais trabalhadores de situações ultrajantes. Assim, o Brasil poderá superar tais desafios.