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Enviada em: 18/06/2019

Segundo o Existencialismo, doutrina filosófica surgida na França, no século XX, a liberdade de escolha é refletida nas condições de existência do ser. Portanto, cabe ao homem ser responsável por suas atitudes. Porém, no Brasil, em pleno século XXI, isso não passa de uma teoria, visto que a herança escravocrata ainda está em evidência - o que  explicita a ausência de Políticas Públicas para a manutenção do bem-estar social.      No Brasil, indubitavelmente, existe medida do governo para proporcionar aos cidadãos uma vida digna. Pode-se mencionar, por exemplo, a Constituição Federativa vigente no país, cujo objetivo, dentre outros direitos, é garantir a todo e qualquer cidadão, independentemente de sua natureza, viver de forma justa e coesa, além de promover condições de liberdade de escolha de maneira ética. Isso, de certa forma, demonstra que o Estado já intenta contemplar as ideologias do Existencialismo.    Contudo, medida como essa não capaz de atenuar, verdadeiramente, os dilemas da herança escravocrata no Brasil, pois, devido às questões históricas discriminativas – que além de possibilitar consequências físicas e psicológicas, pode comprometer planos futuros, o que se observa, na maioria das camadas sociais da nação, são níveis alarmantes de racismo e a falta de oportunidades, motivados, principalmente, pelo preconceito. Percebe-se, pois, as consequências da fragilidade da educação oferecida à maior parte da sociedade, que não prepara os indivíduos para exercerem, de fato, sua cidadania. A verdade é que, a herança escravista no Brasil não será atenuada, enquanto o Estado não pautar a educação na responsabilidade de forma que contribua para o convívio em sociedade, afinal “O homem é condenado a ser livre, porque depois de atirado neste mundo torna-se responsável por tudo que faz”, diz o filósofo francês Jean-Paul Sartre.    Depreende-se, pois, que há a necessidade de investimentos no Ensino Básico – o que já é assegurado pela lei de Diretrizes e Bases, n°9.394/96. Para tanto, é plausível que o Estado, por meio do Ministério da Educação, não só contemple os componentes curriculares de Formação Cidadã e Ética, mas também – em parceria com as escolas- desenvolva em comunidades, palestras e campanhas publicitárias, a fim de apresentar as consequências do racismo e o preconceito, com a finalidade de não apenas conscientizar, além de instruir e moralizar, e, por consequência atenuar a herança da escravidão no Brasil. Se assim for feito, a maior parcela da nação desfrutará dos princípios existencialistas.