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Enviada em: 26/09/2017

A persistência da prática da escravidão no Brasil é uma realidade. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, cerca de 25000 pessoas no país vivem atualmente em condições consideradas insalubres. Tal fato é consequência principalmente da enorme desigualdade social vigente, somada à falta de medidas eficientes que visem combater o problema.  Em primeira análise, destaca-se a estreita ligação entre a ocorrência de trabalho servil e o nível socioeconômico das vítimas, que, geralmente sem instrução acadêmica alguma e à procura de melhores condições de vida, acabam por ficarem subjugadas à situação. Comprova-se isso pelo fato de cerca de 90% das denúncias dos casos de servidão no país virem da Região Nordeste, mesmo local onde o índice de escolarização é cerca de 2% menor que a média do Brasil e onde a taxa de desemprego supera a média dos demais estados, segundo aponta o IBGE. A partir disso, infere-se que o problema da escravidão no Brasil está diretamente ligado à faltas de ações afirmativas que busquem amenizar a desigualdade no país.    Atrelado a isso, a falta de uma fiscalização mais rigorosa por parte do aparato governamental tem contribuído de forma significativa para a perpetuação do impasse. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, de 2016 para 2017 o volume de inspeções mensais caiu cerca de 58% e o número de trabalhadores resgatados apresentou uma queda de 76%. Diante desse cenário, infere-se que a situação, ao invés de apresentar melhora, tende a piorar se medidas não forem tomadas a fim de resolver o problema.  Dessa forma, a fim de reverter a situação, torna-se imprescindível a intervenção do governo por meio de uma supervisão mais rigorosa de áreas onde possa haver trabalho escravo. Além disso, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com as empresas privadas, a criação de um programa que tenha como objetivo melhorar os índices educacionais do país. Colocando essas medidas em prática, o Brasil se tornará um país mais livre.