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Enviada em: 08/10/2017

A exatos 128 anos fora sancionada a Lei Áurea que extinguia a escravidão em solo brasileiro, contudo, mais de 3 séculos após este ato abominável ainda existem efeitos colaterais na sociedade. Além disso, a população negra e parda que foi a exponencialmente a mais afetada, continua a ser em sua maioria humilhada indiretamente nos dias de hoje, com uma sociedade desigual, preconceituosa e que ao mesmo tempo é hipócrita perante as marcas que a escravidão deixou no Brasil. Todavia, a educação e a inclusão se apresentam como ferramentas imprescindíveis para mudar esse cenário que afeta mais da metade dessa parcela brasileira da sociedade todos os dias.        Entretanto, quando a Princesa Isabel editou a lei, mas deixou de assegurar aos negros uma forma de inclusão na sociedade, não garantindo o direito o mínimo a educação, ou mesmo qualquer amparo, estes ficaram sujeitos a inércia de uma sociedade ainda com mentalidade escravocrata e preconceituosa. Inclusive, logo após a independência a república iniciou um processo de “embranquecimento” da população trazendo sequencialmente imigrantes europeus e nipônicos , fator que recrudesceu ainda mais a perspectiva dos negros de melhorar sua condição de vida. Visto que os afrodescendentes foram em sua maioria preteridos aos novos brancos que chegavam, ficando aqueles sujeitos a subempregos, piores remunerações e consequentemente condições de vida inferiores, em um ciclo vicioso que apesar de atenuar-se, mantém-se em muitos casos até hoje.        Ademais, como o próprio Nobel da Paz, Nelson Mandela, que lutou contra o apartheid na áfrica do Sul afirmava “a educação é a ferramenta mais poderosa para mudar o mundo”, a exclusão intelectual dos negros afetou diretamente para que se perpetuasse a segregação. De modo que em uma sociedade com perfil escravocrata o negro tinha o desafio de superar uma sociedade que não lhe incentivava e lhe excluía, principalmente no ambiente social, sendo o próprio escritor pré-modernista Lima Barreto um caso fatídico, em que não conseguiu assumir um concurso público por ser negro. Logo, a segregação intelectual e social é uma forma tão cruel de exclusão quanto a escravidão.    Infere-se, portanto, a importância de ajustes neste cenário, o que poderia ser feito é um recenseamento do percentual étnico nas escolas públicas de cada estado do Brasil e adotar essa percentagem proporcionalmente as vagas para cotas às universidade públicas. O censo pode ser feito pelo próprio IBGE, por sua vez, a mudança das vagas de cotas pode ser realizada pelo Congresso Federal, através de lei federal que discrimine a vinculação e também a obrigatoriedade da mesma por estado federativo. Assim, de forma justa evita-se a segregação do negro e também o famoso “branqueamento” nas universidades.