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Enviada em: 26/10/2017

Em 1888, a princesa Isabel aprovou a Lei Áurea, que tornava proibida a escravidão no território nacional, uma inovação sociopolítica. Contudo, é perceptível que o trabalho escravo deixou heranças tanto na economia, com a persistência de analogias a esse sistema, quanto na cultura, com o racismo. Faz-se necessário, então, agir em prol da garantia dos direitos básicos dos seres humanos.       Em primeira análise, é inegável que, apesar de ilegal, persistem formas de trabalho em condições insalubres parecidas com o trabalho escravo, como falta de luminosidade, salários injustos e irregularidades no período de serviço. Ademais, parafraseando o sociólogo Karl Marx, o trabalho alienante é aquele que coloca o ser humano em estado de máquina, que serve unicamente para gerar lucro. Nesse contexto, pode-se dizer que a perpetuação da escravidão no Brasil é um descaso com os direitos básico dos seres humanos, como de descanso, de lazer e de remuneração adequada. Portanto, é fundamental que intervenções sejam feitas na economia para que seja cessado esse tipo de servidão, pois coloca o indivíduo em risco e é dever do Estado garantir condições dignas de vida.        Outrossim, pode-se considerar o racismo contra negros uma adversidade cultural enraizada no patrimônio da escravidão na sociedade do século XXI. Isso porque, conforme o antropólogo Bourdieu, imposições culturais são tão intrínsecas ao povo que se tornam valores involuntários do indivíduo. Sabendo disso, a ideia retrógrada que se tinha até a libertação de que os escravos, predominantemente negros, eram objetos inferiores da supremacia branca tornou-se um valor naturalizado no racismo, bastante presente na cultura hodierna do país. Um exemplo disso é a continuação da exclusão social dessa raça do curso superior e dos cargos superiores da economia. Logo, é ideal que hajam ações sociais para que seja superada tal cultura e atinja-se a igualdade racial.            Diante disso, as principais heranças da escravidão na sociedade brasileira atual são os formatos de trabalhos símile ao escravismo e o racismo contra negros. Para que tal problema seja atenuado, o Ministério do Trabalho deve acentuar a coerção contra empregos que descumpram a legislação dos trabalhadores, por meio do aumento no número de fiscais, com o fito de evitar que se estabeleçam relações entre capital e trabalho que descumpram os direitos humanos. Além disso, é incumbência das ONGs facilitar as denúncias de racismo e de escravidão, a partir da criação de ouvidorias e sua promoção pública, de forma que a dificuldade de acesso não seja potencializadora de crimes como esses. Por últimos, é primordial que canais de TV alertem a população sobre as consequências do racismo e da sua responsabilidade com a luta pela igualdade, com a criação de propagandas sensibilizantes, para que haja uma desmoralização desse habitus segregacionista.