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Enviada em: 03/12/2018

A cultura popular é fator essencial para a construção e na valorização da história brasileira. Por muito tempo, a ênfase na narrativa europeia da formação do país foi preponderante, o que resultou em um longo silenciamento de uma parcela significativa da população que tem origem não no europeu opressor, mas naqueles que foram oprimidos ao longo dessa história. Logo, cabem medidas para afirmação de sua identidade.       Em primeiro lugar, deve-se destacar a pluralidade como característica base da cultura brasileira: ela é africana, indígena, europeia, asiática e um conjunto infinito de combinações entre doses desses elementos, o que a torna algo único. Atualmente, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de metade da população se autode-nomina preta ou parda, fato que deve ser considerado quando se retrata a origem da cultura popular. Seja por meio da religião, música, danças, comidas, roupas ou festas regionais, tal diversidade consiste em uma grande colcha de retalhos que determina o que é ser brasileiro.       Nesse contexto, uma das falhas do processo civilizatório foi a ênfase concedida no fator europeu em sua formação, o que pode ser considerado um menosprezo sistemático principalmente da contribuição africana, algo que foi mitigado apenas com a Lei 10.639/03. Após mais de cem anos de abolição da escravatura no Brasil, tal lei foi a primeira iniciativa de contar a história dos povos que até então eram subjugados como seres primitivos que tiveram a "oportunidade" de ascender culturalmente pela opressão. A construção da narrativa dessa contribuição ainda é tímida, mas já colhe resultados, pois a escola já é capaz de transmitir seu valor e cativar os que  hoje têm poder para afirmar sua cor e origem.       Assim, cabe às secretarias estaduais de educação introduzir nas escolas, por meio de cartilhas e capacitação de professores, as discus-sões acerca das particularidades culturais de cada região do país. Assim, cada vez mais os jovens brasileiros estarão cientes de sua história e qual é seu lugar no presente o no futuro do Brasil,  com voz e representação.