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Enviada em: 02/10/2018

Desde mil oitocentos e vinte e dois, ano da independência do Brasil, luta-se para que a nação tenha a sua própria identidade política, social e cultural. Na ocasião, o país ainda muito jovem e monárquico, era influenciado pelo modelo de mundo europeu, logo as riquezas culturais que aqui existiam eram ofuscadas pelos valores eurocêntricos. De mesmo modo, na atualidade, observa-se que muitos brasileiros ainda não reconhecem a sua própria herança histórica-cultural, seja pelo desmerecimento da pluralidade, seja pela postura comedida do Estado em valorizar o patrimônio cultural da nação.      É relevante abordar, primeiramente, que a colonização permitiu que o Brasil fosse habitado por diferentes povos: europeus, asiáticos, indígenas e africanos. Assim sendo, todos os povos tiveram sua participação na construção das características nacionais. Todavia, o país possui um histórico de silenciamento dessa diversidade, como por exemplo, a política de embranquecimento populacional que ocorreu após o fim da escravidão. Igualmente na contemporaneidade, observou-se que no ensino básico, a história da população negra não era citada ou foi reduzida, em tal grau, que foi necessário a criação de uma lei para tornar obrigatório o estudo da cultura afro-brasileira nas escolas. Nesse sentido, torna-se evidente que a cultura popular ensinada para a população brasileira não é representativa, ou seja, algumas heranças sócio-culturais são vistas como indesejáveis.      Além disso, o patrimônio cultural material do Brasil é constantemente desvalorizado pelas autoridades públicas. Recentemente, o museu nacional, que armazenava utensílios de povos indígenas e alguns adereços da família real, foi reduzido às cinzas. Outrossim, diversos outros museus foram fechados no país por questões financeiras. Convém lembrar também, que o bem estar do índio e a permanência de suas tradições são fundamentais para o país, pois a cultura indígena é uma herança histórica, sendo, portanto, um patrimônio imaterial. Apesar disso, de acordo com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), muitas aldeias têm sido atacadas ocasionando a devastação desse povo. Em vista disso, nota-se que não há uma preocupação do Estado em valorizar os aspectos que nos remontam ao passado e que permitem às novas gerações o acesso à história do país.         Portanto, urge que o Estado por meio de envio de recursos ao Ministério da Cultura, promova a ampliação de políticas de preservação de museus, através de reformas nos edifícios e contratação de funcionários, para que a população brasileira possa fazer bom uso de seu patrimônio em sua totalidade e compreenda a pluralidade da história da nação. Cabe também ao Ministério da Cultura combater a violência direcionada às tribos indígenas, por meio do envio de agentes de segurança nesses territórios, para que permaneça viva os costumes do primeiro povo a habitar o país.