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Enviada em: 28/09/2018

A cultura popular sofre alterações que contemplam aspectos econômicos, educativos, sociais e históricos, seja por interferência das mídias, das tecnologias da informação e de seus aparatos de transmissão, como os aparelhos celulares e computadores, seja pelo processo de globalização proporcionado pela Internet no usufruto das redes sociais. Por conseguinte, a formação de sistemas não homogêneos influenciadores da identidade brasileira, por meio das diferenças étnicas e pelas desigualdades entre grupos distintos, como consequência de processos de desenvolvimento diferenciados, dentre outros fatores, condensaram-se em uma "unidade na diversidade", que compõem à pluralidade cultural presente no país. Doravante, faltam projetos nacionais que abarquem a difusão e a valorização cultural, bem como a fusão das tradições aos "tecnocosmos informacionais".        A priori, o processo de Proclamação da República, em 1889, fomentou tentativas para a criação de uma identidade nacional que não se pautasse nas influências europeias, sobretudo as advindas de Portugal, pelo nascimento de uma "nova civilização". Contudo, a realidade histórica da época mantinha em seu cerne a segregação entre aquelas que eram consideradas manifestações oficiais, em detrimento das aculturadas - processo que perdura na atualidade - como parâmetro utópico de autodeterminação cultural. A posteriori, o surgimento do modernismo promove a quebra ou "digestão", por meio da antropofagia estética, desses padrões determinísticos.        Outrossim, a modernidade não foi linear, nem reorganizadora de todas as práticas culturais, pois era nutrida por conflitos, sincretismos e intercâmbios entre manifestações distintas. Consoante a isso, a despeito da introdução de caracteres multifacetados de expressão, as marcas das tradições orais e linguísticas, dentre outras, não desapareceram do cenário cultural brasileiro e são resgatadas continuamente, como no jargão "quinto dos infernos", que traduz a insatisfação dos garimpeiros com impostos cobrados pela Coroa Portuguesa, e pela musicalidade, a exemplo das Cantigas de Roda reproduzidas hodiernamente, sem autores identificáveis, como "Escravos de Jó".        Portanto, a cultura popular manifesta-se na construção do presente com base no passado histórico e conserva características outrora marcantes, que se traduzem no cotidiano dos indivíduos, em contínua transformação. Nesse sentido, entidades como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) devem ser divulgados pelas mídias e receber apoio financeiro do Ministério da Cultura e da Educação, haja vista que possuem importância decisiva na introdução e na promoção da cultura nos meios digitais, por meio de vídeos, arquivos de texto e imagens, em evidência da vivacidade das tradições que não se dissipam na temporalidade, pois compõem à brasilidade.