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Enviada em: 21/04/2017

O romance Macunaíma retrata a importância da sabedoria popular na construção da identidade nacional, essa, em decorrência da enorme diversidade presente torna-se tão dinâmica quanto a cultura. Entretanto, a construção disso na contemporaneidade está ignorando as suas raízes e a cultura popular. Nesse aspecto, a indústria aliada à submissão cultural presente no Brasil agravam essa problemática.                Relacionado a isso, com o advento da industria a cultura tornou-se uma mercadoria e por fim, desenvolveu a padronização das massas. Isso apresenta a nosso meio social a perda de identidade nacional. O brasileiro antes não conseguia se definir perante a sociedade e com a homogenização disso tornou-se mais distante. Tendo como consequência o encontro de uma falsa essência e a incorporação de valores impostos indiretamente. O contexto atual, logo, corrobora ao desenvolvimento da aculturação e da exclusão.               Além disso, segundo o sociólogo Gramsci a cultura tornou-se uma ferramenta excludente e de dominação, por meio dela um grupo social dominante impõe diversos valores desenvolvendo uma relação de hierarquia. A situação vigente ratifica essa afirmação, no país as manifestações africanas e a indígenas são consideradas inferiores e desconhecidas pela maioria da população, enquanto a europeia é tratada como a dominante. Isto torna-se mais agravante quando os costumes populares são excluídos pela sociedade, haja vista uma boa parte dos brasileiros não considera Funk cultura e excluí outros como o rap e até o samba. O brasileiro, então, se contradiz quando se vê como alguém multicultural ao inferiorizar o seu acervo cultural.             Desse modo, a construção e a valorização da similitude brasileira enfrenta diversas barreiras para se concretizar. É imprescindível, destarte, que o governo ao reconhece-las desenvolva medidas como a criação de acordos com grandes indústrias para que as mesmas comecem a incorporar a diversidade folclórica brasileira em troca de incentivos fiscais. Deve-se também por meio do Ministério da Cultura e da Educação promover em escolas e universidades manifestações e o estudo sobre a sabedoria popular para diminuir o estigma da hierarquia e quebrar diversos paradigmas. Ademais, o IPHAN(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) deve fiscalizar, preservar e divulgar os bens culturais do país, usufruindo-se de investimento por parte do Estado, esse deve aplicar ao menos 5% do seu PIB, e de ONG's para levar a cultura á todos os cidadãos brasileiros, desenvolvendo a solidificação da identidade nacional e transformando gradativamente o cenário atual.