Quando, no século XVI, os europeus chegaram ao hodierno território do Brasil, encontraram os índios e, posteriormente, trouxeram os africanos como mão de obra escrava. No entanto, apesar dessas três etnias constituírem a base cultural brasileira, a sobreposição do europeu em tal período da historiografia instituiu, com o passar do tempo, o ostracismo cultural das etnias desprezadas. Com isso, a miscigenação e suas heranças culturais são fatores diretamente coligados à cultura popular pós-moderna. Nessa perspectiva, segundo Gilberto Freyre, a interpretação da miscigenação brasileira deve dar-se pelo surgimento de um novo ser, constituinte de diversos aspectos raciais e culturais, sendo responsável pela pluralidade do país. Além disso, depreende-se que a força do povo brasileiro é proporcional aos entraves nos quais foi subjugado e, por isso, deve-se estimular o orgulho da nacionalidade brasileira mediante o conhecimento de fatos históricos. Outrossim, para o sociólogo Stuart Hall, nenhuma cultura é pura e, em um mundo cada vez mais globalizado, o surgimento de identidades culturais não fixas consiste na absorção de práticas oriundas de diversas tradições culturais. No entanto, para o brasileiro, especialmente, isso não é -ou não deveria ser- necessário. As heranças musicais, culinárias, religiosas e ideológicas devem ser corroboradas e desmistificadas, a fim de atenuar o preconceito existente e, assim, ascender a valorização da identidade cultural dos brasileiros. Infere-se, portanto, a necessidade de medidas midiáticas, juntamente com a colaboração populacional, que visem, principalmente, elucidar os mitos relacionados à religiosidade africana, a fim de reduzir o preconceito. Ademais, o Ministério da Educação deve produzir palestras e debates plurissignificativos, em escolas e universidades. com o intuito de promover conhecimento relacionado ao patrimônio e à memória locais. Dessa forma, o orgulho brasileiro poder-se-á ser uma realidade cultural no país.