Materiais:
Enviada em: 20/04/2017

O livro "Casa-Grande e Senzala" publicado nos anos 30 do século passado, mostrava elementos positivos da formação cultural brasileira oriundos da miscigenação. Entretanto, esse processo de mistura das raças nem sempre se deu de forma livre e espontânea, acarretando ao índio e ao negro pouca representatividade na construção da identidade brasileira. Isso pode ser percebido, hoje, pela baixa valorização das culturas populares e um patrimônio imaterial pouco conhecido.  Em primeiro plano, é possível afirmar que as culturas hegemônicas brasileiras sempre disseminaram um valor erudito às suas práticas em detrimento das culturas populares. Pode-se observar esse fenômeno na música, na qual manifestações da favela - O rap, o funk, o axé - muitas vezes são considerados "subculturas" em relação a "verdadeira" MPB. Fato que dificulta a valorização das raízes afro-brasileiras.  Também, as matrizes históricas indígenas e africanas são pouco conhecidas pela maior parte da população. Ainda que a lei 10.639/03 proponha o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas, essa política não se efetivou a tal ponto de as pessoas conhecerem bem figuras afro-indígenas importantes da nossa história, como: Zumbi dos Palmares (negro) e Felipe Camarão (índio). Consequentemente, atrasando o processo social de autoestima dessas populações.   Assim, fica claro, que a democratização da herança cultural brasileira é comprometida devido à marginalização e o desapreço histórico da cultura popular. Para reverter essa situação, é preciso que a mídia televisiva crie novelas e programas valorizando as culturas esquecidas. Ademais, o Ministério da Educação juntamente com as secretarias municipais e estudais de educação precisam efetivar a política da lei 10.639/03 através de fiscalização e educação continuada dos professores. Adotando essas medidas quem sabe em um futuro próximo consigamos diminuir as diferenças entre a casa- grande e a senzala.