Brasil: uma unidade com múltiplas faces No século XVI, a presença portuguesa no Brasil, juntamente com os índios e africanos, formaram a base do mosaico cultural existente na contemporaneidade. Embora as manifestações comportamentais, linguísticas e sociais do povo brasileiro apresentem grande importância e riqueza, essas ainda são pouco valorizadas, uma vez que a globalização, o preconceito e o pouco conhecimento são fatores que contribuem para a desconstrução histórica da identidade nacional. Em um mundo interligado, no qual o progresso econômico de um país está vinculado à imposição de uma série de hábitos, uma nova vertente é criada: a cultura de massa. Essa indústria, faz como que um povo adquira estilos de vida que não são próprios, enfraquecendo suas tradições. O "American way of life", o famoso estilo de vida americano, ilustra essa padronização, seja nas redes "fast food", no cinema, nas músicas e nas marcas mundialmente utilizadas. Outro aspecto que torna a cultura brasileira pouco valorizada é o preconceito, visto que o eurocentrismo ainda está presente na sociedade civil. As matrizes africanas são os principais alvos desse tipo de descriminação, pois seus costumes são repudiados, simplificados e inferiorizados por muitos. Isso comprova o quanto a mentalidade imperialista persiste, na qual o darwinismo social, concepção evolutiva sobre a cultura do outro, nunca deixou de existir. Somado a isso, a falta de informação e o acesso à cultura por parcela da população contribui para o seu não reconhecimento e pertencimento. Esses aspectos contradizem a busca por símbolos vivenciadas no passado, como ocorreu no período Modernista na obra "Macunaíma", em que Mário de Andrade buscava na figura de um índio anti-herói a representação do povo brasileiro. Assim, a identidade nacional foi sendo construída e para compreendê-la em sua complexidade é necessário o conhecimento de um Brasil plural, porém único. A cultura popular, portanto, é de fundamental importância para a formação histórica da identidade brasileira, sendo necessário mecanismos que a preservem. Para isso, o Estado em parceria com os meios de comunicação, poderiam investir ativamente nas produções nacionais, como o cinema. Além disso, as escolas deveriam estimular mais o conhecimento sobre as diversas manifestações culturais existentes, por meio de feiras e da aquisição de novos temas na disciplina de história, promovendo maior informação. Assim, compreender o Brasil de forma multifacetada é atribuir importância à longos períodos de lutas, conquistas e construção social.