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Enviada em: 22/04/2017

Desde o início do século XX, nota-se que houve, em escala global, a sobreposição de algumas culturas sobre as outras, fazendo com que muitas delas, com o tempo, perdessem seu real valor. Todavia, a identidade cultural é imprescindível para que cada nação reconheça-se, de fato, como tal. Diante disso, é necessário compreender que o conhecimento sobre a cultura popular brasileira é essencial para a melhor compreensão de passado histórico-cultural da nação e para a busca de sua real identidade.     Primeiramente, a cultura popular traz um entendimento ainda mais abrangente que aquele transmitido pelos relatos dos livros de História. Sabe-se que os mitos e as lendas, que fazem parte do folclore, surgiram com o objetivo de buscar explicação para algum acontecimento, desde o porquê do sol nascer até a questão da chegada dos portugueses no território brasileiro. A análise dessas explicações adotadas pelo povo pode não dar detalhes precisos sobre os fatos, mas é capaz de mostrar qual a visão daquela sociedade diante do ocorrido. Sendo assim, as tradições populares, muitas das vezes, complementam o conhecimento puramente histórico permitindo maior compreensão sobre o passado do país.       Além disso, não é de hoje que os brasileiros buscam a individualização de seus aspectos culturais. Na Literatura, tanto José de Alencar, em O Guarani, como Mario de Andrade, em Macunaíma, tentaram construir uma identidade nacional através da escrita. Esse último consolidou seu livro com base na própria cultura popular brasileira, inspirando-se em contos e mitos folclóricos do povo. Dessa forma, é possível perceber que as expressões culturais de cada região carregam consigo aspectos que contribuem para a construção de uma identidade verdadeiramente brasileira.       Por meio do conhecimento da cultura popular, portanto, o Brasil pode compreender de forma mais completa a sua história e constituir uma identidade própria, abrangendo toda a sua diversidade. Diante desse cenário, é ideal que as universidades, com o apoio do governo federal, criem espaços direcionados para manifestação e expressão popular, como feiras e exposições, que estejam abertas a todos os públicos. Ademais, as escolas brasileiras podem propor, periodicamente, o aprofundamento do estudo folclórico e suas lendas, tendo em vista o maior conhecimento histórico e cultural que poderá ser agregado aos seus alunos. Assim, talvez, o Brasil preserve sua individualidade mesmo nessa era de homogeneização cultural.