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Enviada em: 22/04/2017

Sendo alvo incessante de influências estrangeiras, o Brasil, desde o período colonizatório, fusionou diferentes tradições, com o fito de adquirir uma identidade nacional. Diante disso, ficam claras que as necessidades de cada região em preservar os costumes nativos ocorrem, sobretudo, através da cultura popular. Essa fragilidade garante não só a integração de segmentos marginalizados da sociedade, mas também a unificação de povos em festas típicas.            Quando Mário de Andrade escreveu Macunaíma, como fruto da influência da Semana de Arte Moderna, de 1922, ratificou a necessidade de se estabelecer um herói nacional, em oposição às mudanças industriais e econômicas do século XX. Indubitavelmente, o papel da Indústria Cultural a qual tratou essas manifestações como mercadorias, continua a alterar as relações de classes sociais com a cultura. Isso ocorre uma vez que grupos de classes mais elevadas utilizam da música, dança e arte – com visíveis influências estrangeiras – como meio de se integrar em um grupo específico; enquanto setores marginalizados, as utilizam como manifestações genuinamente nacionais, vitais para socialização e manutenção do costume popular.              Além disso, verifica-se a relação direta entre regionalização, atualmente proposta pelo IBGE, e o processo de ocupação territorial, com a culinária, vocabulário e crenças, uma vez que as necessidades impostas pelo meio consolidaram as especificidades regionais do Brasil. Esse transformou de suas festas e datas comemorativas um cenário de integridade entre tradições diferentes no vasto território nacional. Assim, ao realizar eventos como Carnaval, Festa Junina e Círio de Nazaré a cultura popular colabora para valorização e manutenção da história brasileira.             Apesar do constante bombardeio de culturas estrangeiras, fica evidente que a formação da tradição nacional ocorreu mediante integridade das cinco regiões em um único território. Logo, cabe à mídia em parceria com as escolas, estimularem a compreensão e o respeito mútuo entre culturas, por meio da criação de um horário na grade escolar voltado ao estudo dos costumes brasileiros, utilizando vídeos para que o estímulo visual facilite a aceitação e evite, desde mais cedo, o preconceito. E, ainda, o Ministério Público deve redirecionar os incentivos provenientes de shows da Lei Rouanet, de forma a exigir a aplicação em centros de desenvovimento de arte e cultura aos jovens marginalizados, além da fiscalização, por meio de agentes, se há atividades como teatro, capoeira e música para a retirada e prevenção dos caminhos da violência urbana.