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Enviada em: 24/04/2017

Apesar de viver, no Brasil, desde a promulgação da Constituição de 1988, um período de ampliação de direitos individuais, a discriminação a elementos da cultura popular ainda permanece. Notar a persistência de práticas, com vistas o preconceito a determinadas manifestações, que prejudicam o desenvolvimento da cidadania, dá caráter urgente a esse tema, levando em consideração aspectos humanísticos e um ciclo social.       Em primeiro lugar, quando Kant afirma que "o homem é aquilo que a educação faz dele" ratifica a importância do caráter didático definindo os atos do indivíduo em sociedade. Seguindo a linha de pensamento do filósofo, prevê-se que, em uma civilização em que a acumulação de capital, além de valorizada, é fator de diferenciação e inserção social, a população valorize ainda mais os elementos culturais de origem erudita. Assim, a percepção histórica fica limitada apenas a visão das altas classes sociais.       Outrossim, destaca-se o preconceito como principal impulsionador da desvalorização das manifestações populares. Quando Durkheim define que o fato social é a maneira coletiva de agir e pensar, dotado de exterioridade, generalidade e coercitividade, evidencia a influência da sociedade sob o indivíduo. Seguindo essa linha de pensamento, é notável que uma criança que se desenvolve em meio a esse comportamento, tende a adotá-lo por conta da convivência. Dessa forma, há o fortalecimento do pensamento discriminatório, transmitido de geração em geração, agravando o problema.        Fica evidente, portanto, a necessidade de romper com paradigmas que valorizam a cultura erudita em detrimento da popular, com vistas o fortalecimento do estado de bem-estar social. A mídia deve veicular debates e propagandas que engajem o consumo e o respeito à diversidade cultural. À escola cabe o papel de promover eventos temáticos, incluindo pais e alunos, abordando os povos que participaram da formação do país, exaltando a importância desses em traços da atual sociedade. Desse jeito, construir-se-á, gradualmente, o sentimento nacionalista e a valorização de todos os costumes que participaram da construção do Brasil.