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Enviada em: 25/04/2017

Para aprender com o diferente      Fato inegável é a nossa mistura cultural, já valorizada e descrita por excelentes intelectuais da nossa história, tais como o sociólogo Darcy Ribeiro e o historiador Sérgio Buarque de Holanda. No entanto, em épocas de "apropriação cultural" e ainda forte desconhecimento e desvalorização de culturas tidas como alienígenas, esquecemos da construção da cultura em nossa sociedade. O que fazer para rememorar o nosso povo?      Atualmente, visto à celeridade na qual a vida das pessoas está inserida, a nível nacional e internacional, temos nos apegado constantemente a informações rápidas e ideias pré-concebidas. Para muitos, a cultura é algo que está apenas nos livros, o problema é que, em um mundo movido pelos 'smartphones', não existe mais tempo se quer para uma leitura construtiva, quanto mais para o verdadeiro e histórico sabor de uma feijoada, por exemplo!     Diante desse quadro de constante aceleração social e apesar da globalização, de certa forma, ter amenizado à ojeriza quanto a cultura do próximo, vemos uma forte necessidade da rememoração da sociedade nacional a respeito da sua base histórica. Ainda colocamos o negro como o periférico, o índio como o eterno selvagem e as religiões afro-descendentes e orientais como "demonizações" de um padrão que, em tese, nunca existiu. Existiu, e existe, uma mistura de culturas, só que algumas, infelizmente, foram obrigadas ao silêncio.        Portanto, boa iniciativa do governo, do federal ao municipal, é implementar nas escolas o aprendizado da cultura, a começar pela local, afinal, cada estado, cada cidade, tem história e cultura a serem descobertas pela sua população. Também o investimento e a valorização de museus, a visitação de centros religiosos não tradicionais e o estímulo ao encontro da identidade nacional são fatores indispensáveis à visualização da diferença do outro como parte do alicerce que forma a sociedade.