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Enviada em: 10/07/2017

No século XIX, o Romantismo foi percursor no que tange à questão da valorização da cultura popular no Brasil. Esse movimento literário se baseava na temática popular e exaltava os costumes do povo. Entretanto, na contemporaneidade, é perceptível a pouca importância dada à valorização da cultura, seja pela ineficiência das políticas públicas, seja pelo ideário brasileiro de inferioridade cultural. Por isso, cabe ao Estado e à sociedade a tarefa de despertar a importância da cultura para a história do país.        Nesse contexto, é notório que ainda há pouco incentivo à cultura popular por parte do Estado. Isso é evidente, por exemplo, na abordagem escolar, visto que muitas instituições omitem a importância da cultura do povo e pleiteiam somente conhecimentos técnicos de acordo com a exigência mercadológica. Assim, essa operacionalização do ensino, denominada de razão instrumental e amplamente criticada pelo sociólogo Theodor Adorno, acarreta sério danos à formação da identidade nacional do indivíduo, pois esse só poderá agir socialmente quando tomar conhecimento do contexto histórico no qual está inserido, sabendo a origem e o valor de sua história. Junto a isso a pouca democratização para o acesso aos meios culturais é evidente, principalmente, nas comunidades, nas quais há o descaso com a propagação da importância cultural.     Ademais, o livro ‘’Ação Cultural’’, de Paulo Freire, discorre a respeito do relativismo cultural, retratando as diferenças culturais de forma livre do etnocentrismo. No entanto, o ideário brasileiro de inferioridade cultural se contrapõe a ideia do educador, já que muitos indivíduos subvertem o valor da própria cultura com atitudes discriminatórias, como o preconceito linguístico. Por isso, é preciso que o legado do patrimônio histórico material e imaterial que o Brasil possui seja transmitido, de modo que valorize a formação da história do povo e, consequentemente, do país.       Visto isso, é preciso que o Ministério da Educação amplie a grade curricular dos alunos, de modo que assegure mais passeios acadêmicos, ministrados por professores, a locais históricos, a fim de transmitir, desde cedo, o legado histórico do país. Junto a isso, as escolas devem elaborar atividades dinâmicas que evidenciem a importância da cultura popular para a formação da identidade, como jogos interativos de autoconhecimento histórico. Paralelamente, a mídia deve ratificar, por meio de novelas e campanhas, o prestígio das características populares do povo, com o fito de desmistificar o pensamento brasileiro de inferioridade cultural. Além disso, cabe ao terceiro setor a elaboração de atividades nas comunidades, como peças teatrais e aulas de danças regionais, com o objetivo de democratizar o acesso à cultura para todos. Dessa fora, o legado do Romantismo será perpetuado no Brasil.