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Enviada em: 09/10/2017

A primeira fase do Romantismo Brasileiro, movimento que englobou grande parte do século XIX, teve um complexo desafio: como formular uma identidade nacional para um país miscigenado e diverso? Dessa meta romântica, surgiram textos indianistas, que englobaram apenas uma ínfima parte da complexa rede de raízes sobre as quais o ipê amarelo floresceu. Entretanto, a importância desses conhecimentos não é valorizada em terras brasileiras, devido ao etnocentrismo hegemônico.   Em primeiro plano, a cultura popular tem um papel definidor da memória nacional. Nesse sentido, a partir das trocas culturais entre índios, europeus e africanos, o povo do Brasil formou seus hábitos e tradições. Por meio dessa cultura complexa, os brasileiros interagem com o meio e entre si e, consequentemente, formam a nação Por exemplo, a Semana de Arte de 22 revolucionou a história da arte, através da antropofagia cultural.   Entretanto, essa cultura do povo não é valorizada por grande parte da sociedade. Nessa perspectiva, a colonização introduziu o aspecto do etnocentrismo na sociedade brasileira. Quando os portugueses chegaram, eles analisaram a cultura dos índios qualitativamente, a partir de sua própria visão de mundo. Esse tipo de pensamento se perpetua, também, em relação as religiões de matrizes africanas. Há como exemplo dessa permanência a recente depredação de um centro de umbanda no Rio de Janeiro, por parte de intolerantes de religião protestante.   Torna-se evidente, portanto, que embora sendo vital para a formação da história brasileira, a cultura popular é menosprezada. Para solucionar essa problemática, medidas são necessárias. Nesse sentido, o Ministério da Educação, aliado ao da cultura, deve incorporar à grade curricular das escolas a matéria de educação cultural. Essa disciplina apresentará a pluralidade de culturas que formaram a história do país, por meio de professores especializados em antropologia, a fim de valorizar a cultura popular. Apenas assim, a resposta do desafio romântico será clara a todos: através da diversidade do povo.