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Enviada em: 23/05/2018

Em seu livro 'Pedagogia do oprimido', o educador Paulo Freire aborda a importância da autonomia e emancipação dos educandos. Nesse sentido, sabe-se que o ensino à distância, que tem como principal característica a flexibilidade, é uma modalidade que cresce de forma exponencial no Brasil. Debater sobre as consequências desse modelo educacional, bem como os aspectos que o englobam, se faz necessário.    A princípio, é importante reconhecer que o EAD está diretamente relacionado com a democratização da educação. Nesse contexto, vale ressaltar que o deslocamento diário consome muito tempo do cidadão brasileiro e a possibilidade de estudar em sua moradia, muitas vezes após um dia de trabalho, somada à facilidade que as tecnologias de informação e comunicação proporcionam, auxiliam na execução do estudo. Prova disso é que em dez anos as matrículas na modalidade EAD aumentaram em mais de mil por cento, segundo o MEC.    Por outro lado, deve-se considerar como a educação brasileira está preparando os potenciais alunos na referida modalidade. Face a isto, é inegável que o modelo de ensino-aprendizagem no Brasil, em sua maioria, não estimula o estudo autônomo e emancipado que o ensino à distância necessita para ser concluído com êxito. Sobre isso, o filósofo Foucault abordou o modelo panóptico, um mecanismo aplicável ao controle do comportamento nas prisões que também pode se estender para a escola, onde existe uma relação hierárquica e limitadora entre os integrantes. Tal aspecto demonstra que o aluno não é estimulado a ser protagonista de seus estudos, o que resulta em alunos pouco preparados para o ensino à distância   Torna-se evidente, portanto, a necessidade de medidas interventivas para preparar os cidadãos em todas as modalidades de ensino. Considerando que a educação básica é o primeiro passo para a formação técnico-pessoal-profissional do ser humano, o MEC em parceria com as escolas e a comunidade deve elaborar um plano de ensino que envolva um modelo de ensino-aprendizagem co-participativo que estimule competências e habilidades da pessoa, que faça com que o brasileiro se acostume com a busca autônoma do conhecimento como acontece, por exemplo, na pedagogia  alemã Waldorf, que tem como objetivo desenvolver indivíduos livres, integrados, competentes e responsáveis. Para que dessa forma, os termos 'Pedagogia' e 'Oprimido' não sejam aceitáveis na mesma sentença.