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Enviada em: 03/06/2018

Precarização à distância    Sob as vantagens da flexibilidade e da possibilidade de abranger um maior número de alunos, muitos dos quais egressos do ensino regular, a educação à distância no Brasil vem crescendo a níveis exponencias e impulsionando um mercado que ganha com a falta de investimentos públicos advinda do congelamento dos gastos sociais trazidas pelo governo Temer.   As principais falácias sobre o assunto são encobertas pelo fato de a discussão ser inteiramente voltada para os supostos benefícios que tal modalidade possa trazer e que, se por um lado são positivos, por outro escondem interesses escusos ditados por donos dos principais conglomerados educacionais privados do país.    A falta de tempo, a possibilidade de se estudar quando se julgar a melhor ocasião, a autodisciplina que se espera de tais alunos e o compromisso de comparecer em datas e horários pré-programados perdem o encanto quando se constata que a educação à distância precariza a aprendizagem -uma vez que o liame professor-aluno é quebrado juntamente com o ambiente escolar, que se pretende crítico e diverso-, e estimula a evasão dos estabelecimentos regulares pelos mais jovens, fazendo com que adentrem o mercado de trabalho mais cedo, gerando uma mão-de-obra desqualificada e, por conseguinte, barata.   O governo não deve terceirizar sua responsabilidade com a educação para o mercado, pois educação é pressuposto de cidadania, direito este consagrado como um dos pilares de nossa Carta Magna. A melhor alternativa para o problema é a desestimulação da evasão do ensino regular, associando a este o ensino técnico e profissionalizante em toda rede estadual e federal a partir do ensino médio. Além disso, as universidade públicas devem ser destinadas a quem não pode pagar pelo ensino superior, exigindo-se uma renda máxima por aluno matriculado.