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Enviada em: 26/06/2018

Quando D. João VI chegou ao Brasil, no século XIX, um de seus principais investimentos no país foi no ensino superior, fundando a primeira universidade brasileira. Hoje, com o avanço tecnológico e as significantes mudanças no cotidiano e no tempo que as pessoas possuem para estudar, a educação à distância se tornou um importante mecanismo de flexibilidade e democratização educacional para muitos. Todavia, a qualidade desse sistema ainda é insuficiente e suas virtudes são questionáveis.      Segundo o Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf), cerca de 80% dos brasileiros possuem dificuldade de ler e entender os textos e até mesmo os contextos sociais que os cercam. Tal indicador revela, ainda, que existem diversos casos de analfabetismo funcional entre os que possuem graduação ou estão em faculdades. Essa fatídica realidade é a prova de que a falta de rigor na seleção dos profissionais e na atenção direcionada aos que estão se formando por meio desse método pode propiciar a entrada de profissionais despreparados no mercado de trabalho, podendo acarretar más consequências econômicas, políticas, sociais e educacionais para a nação.      Outrossim, sabe-se que, conforme o pedagogo Paulo Freire, a educação brasileira precisa emancipar os estudantes do método tradicional de ensino que os impede de ir para além da aprendizagem da assinatura de seu nome e buscar compreender criticamente a realidade que os cerca. Aliada a esse pensamento, um dos ditames teóricos do Ensino a Distância (EAD) seria promover essa autonomia na aprendizagem e na disciplina, o que, sem dúvidas é um excelente princípio. Entretanto,  a busca pela lucratividade rápida fez com que muitas instituições disponibilizassem vagas para a EAD sem sequer preparar e instruir detalhadamente os discentes para saberem lidar com essa novidade.      Em síntese dos fatos expostos, nota-se que é de extrema necessidade solucionar esses entraves que impedem a otimização da EAD. Assim, é essencial que tanto as instituições privadas, quanto as públicas estabeleçam um sistema de seleção mais rigoroso para decidir se os graduandos (especialmente os que estiverem se formando virtualmente) estão realmente habilitados para exercer sua profissão, evitado que o ciclo de desqualificação profissional se perpetue no país. É imprescindível também que as faculdades promovam aos alunos mais aulas presenciais de reforço durante a semana e dê aos estudantes a oportunidade de poderem ser auxiliados e guiados pela metodologia de coaching educacional, bem como por congressos e palestras instrutivas a fim de preparar os estudantes para desenvolverem suas habilidades, sua concentração e sua autoaprendizagem. É indispensável, ainda, que os formandos se responsabilizem por aproveitar tais ferramentas e usá-las ao máximo para evitar  que o uso de tecnologias na educação se torne um problema em vez de beneficiá-la.