Materiais:
Enviada em: 22/07/2018

Em seu livro, 'Pedagogia do oprimido', o educador Paulo Freire versa sobre a importância da autonomia e emancipação dos discentes. Um artifício para que isso seja possível, a educação à distância, vem se propalando, democratizando o ensino pelo Brasil. Cabe, portanto, analisar os impactos positivos e os contraproducentes desse método.       Mormente, vale ressaltar que, além de democrática, a educação à distância trabalha a autonomia e responsabilidade do lecionando, seguindo o que disse Paulo Freire. Ao permitir que o próprio aluno decida o horário, a maneira e a duração do estudo, as barreiras para adquirir conhecimento são quebradas, permitindo, inclusive, a conciliação entre trabalho e estudo. Outra vantagem do método é a economia de dinheiro e tempo, visto que os custos de um curso EaD (Ensino à Distância) são muito reduzidos em relação aos presenciais e o tempo de deslocamento é nulo.       Ademais, salienta-se que ao permitir que se aprenda de qualquer lugar, a educação à distância permite o desenvolvimento do estado e a redução da concentração demográfica nos grandes centros. Um país com tamanho continental como o Brasil tem problemas para levar ensino ao interior, concentrando-a nas capitais dos estados. Em contraponto, a EaD permite a irradiação de conhecimento, dando suporte aos que querem ter um ensino superior e moram no interior, reduzindo o número de pessoas que se mudam para os grandes centros atrás de oportunidade, amenizando o acúmulo populacional nesses locais. Dessarte, com o aumento do número de estudantes, e, subsequentemente, mão de obra qualificada, decorre o desenvolvimento técnico-científico do país.       Por outro lado, o ensino à distância brasileiro apresenta características limitantes como pouca variedade de cursos ofertados e uma população com baixa inclusão digital. Segundo o Censo EaD, mais de 60% das formações oferecidas são relacionadas a áreas de tecnologia e inovação, prejudicando quem gostaria de fazer cursos mais teóricos, como os cursos de humanas. Outrossim, apenas 63% dos domicílios tem acesso à internet, de acordo com o IBGE, mostrando que uma grande parte da população está impossibilitada de recorrer à Educação à Distância.        Nelson Mandela disse que "a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo". Seguindo suas sábias palavras, o governo deve atuar, pelo Ministério da Educação, garantindo que haja um aumento na variedade de cursos ofertados. Não obstante, a mídia deve auxiliar na divulgação, com o fito de aumentar o alcance. Por fim, alianças público-privadas podem garantir que os custos da internet seja democratizado junto com a educação, através de subsídios do governo para expansão da infraestrutura pelo país. Desse modo, o Brasil estará munido para a transformação.