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Enviada em: 20/07/2018

Teorizado pelo geógrafo Milton Santos, o meio técnico-científico-informacional tornou possível uma nova relação entre o homem e o espaço, alterando significativamente aspectos sociais, naturais e tecnológicos. Ao aplicar esse conceito no atual cenário educacional brasileiro, nota-se uma nova realidade: o advento da educação (EaD) no país. Nesse contexto, vale destacar certos pontos positivos e negativos, examinando possíveis melhorias.    Em primeiro lugar, uma das maiores vantagens da EaD refere-se à democratização da educação, pois ela permite que indivíduos de diversas regiões do país que não apresentam estruturas universitárias e acadêmicas, como certas áreas interioranas, tenham acesso a conteúdos que antigamente estavam restritos às faculdades presenciais. Essa característica condiz com o pensamento do intelectual Anísio Teixeira , que defendia, além de uma pedagogia democrática, um ensino em constante mudança, ou seja, que seguisse as alterações tecnológicas e sociais de sua época. Dessa forma, é primordial que mais universidades no país participem dessa nova conjuntura nacional, ampliando ainda mais a democratização do ensino.    Por outro lado, a educação à distância no Brasil possui uma propriedade limitante: a baixa variedade de cursos ofertados. Segundo dados coletados pelo Censo EaD, mais de 60% das formações oferecidas relacionam-se a áreas de tecnologia e inovação, o que torna o perfil dessa aprendizagem extremamente técnica. Consequentemente, muitos alunos que têm preferências por questões mais teóricas, como é o caso das ciências humanas, acabam sendo prejudicados, tendo que ingressarem em cursos presenciais. Assim, é notória a necessidade de ampliação das áreas de conhecimento disponibilizadas por esse sistema de ensino.    Dessarte, percebe-se que essa nova prática do ensino nacional, apesar de conter aspectos positivos, necessita passar por certas mudanças. As universidades que ainda não são adeptas a esse contexto devem, por meio de credenciamentos com o MEC, criar polos de Ead em suas instituições estaduais, federais ou particulares, o que ampliará a democratização do ensino no país. Ademais, profissionais públicos da área de Tecnologia da Informação, com o auxílio de professores de disciplinas teóricas, devem criar plataformas educacionais de cursos que ainda possuem baixa expressividade na didática à distância e, após estarem prontas, disponibilizá-las para centros acadêmicos nacionais, aumentando as opções de graduação nesse modelo pedagógico.