Materiais:
Enviada em: 03/11/2018

Muito tem se comentado acerca da educação à distância no Brasil recentemente devido ao fato de propostas feitas pelo novo presidente eleito que prometeu visar educação à distância para ensino médio e fundamental. Não questionando a eficiência do método, mas a sim a acessibilidade e responsabilidade requirida para que esta modalidade seja de fato confiável. A educação pública no Brasil é muito comprometida por não ter investimentos suficientes, deixando muitas escolas e centros educacionais desamparados, o que nos faz questionar se esta forma de educação seria viável no perfil socioecônomico em que vivemos.  Segundo o IBGE, 63,3% dos brasileiros tem acesso à internet. E a proposta do futuro presidente é alcançar, através da educação à distância, crianças e adolescentes que vivem em zonas rurais e tem mais dificuldade em ir à escola. O que nos dá a dúvida, quem garantirá que o aluno estará de fato aprendendo e não desperdiçando seu tempo com uma educação falha na ausência de uma escola e professores em um ensino tão básico como o fundamental? O Brasil conta com 7,2% da população analfabeta, muitas delas por não ter tido a oportunidade de ir à escola e serem alfabetizadas. Poderia a educação à distância aumentar o número da população analfabeta brasileira? Pois de fato o aluno não tem contato com professores e o material necessário que na escola o seria provido.  Adultos que ingressaram ao ensino à distância em cursos de graduação tem aumentado de forma excepcional nos últimos 10 anos. Também é notável que estes cursos à distância tem trazido educação para muitos que antes não poderiam se matricular em uma faculdade presencial. Porém não se pode confundir adultos com crianças e adolescentes alunos do ensino médio e fundamental. Por esta modalidade não presencial ser algo de certa forma nova, não temos pesquisas ou outros países que implementaram este método de ensino para crianças e que obtiveram sucesso. Esta proposta é algo que pode melhorar significativamente nossos indicadores educacionais e elevar o nível de ensino no Brasil e até valorizá-lo. Por outro lado, se este método apenas for recomendado para quem não teve a oportunidade na idade certa de comparecer à escola e aprender, será uma ferramente nacional eficaz e prudente, trazendo educação para uma parcela da população desfavorecida e injustiçada.  Resta implementá-la de forma engenhosa e inteligente, sempre tomando as medidas certas para que funcione. E isto fará com o que o Brasil se torne um país de educação mais acessível a todos.