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Enviada em: 08/10/2019

Para o pensador Sartre, o homem constrói os significados de sua vida, seus objetivos, metas, valores, sua visão de mundo e seu sentido. Diante disso, o homem é o único responsável por seus atos e escolhas, criador de sua existência autêntica. Essa visão, embora negligenciada em muitos contextos contemporâneos, condiz com a necessidade do manejo monetário, posto que a importância da educação financeira forma patrimônios consistentes e preserva a autonomia em tempos de crise.     A priori, é imperioso destacar que o ensino econômico, vinculado à geração de capital, investimento e poupança, desenvolve indivíduos capazes a construir meios sólidos para uma melhor qualidade de vida. Isso porque, mediante o gasto eficiente e a longo prazo, priorizando variações de mercado, torna-se mais fácil investir, por exemplo, na educação dos filhos e na compra de uma casa própria. Em contraponto, dados divulgados pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, demonstram que o percentual de famílias brasileiras endividadas alcançou 62,7%. Ora, se há acúmulo de dívidas, não existe capital líquido para usufruto consistente - decorrido esse quadro, nota-se a ausência de instrução financeira sobre o controle do capital.    Em segunda análise, deve-se pontuar que a educação, além de possibilitar o manejo correto do dinheiro, evita que, em tempos de crise e desemprego, não haja subsídios para a reestruturação individual na geração de lucro. Isso se torna mais claro, como caso análogo, ao se observar a Grande Depressão de 1929, ocorrida nos EUA, em que a euforia econômica desregrada impulsionou investimentos compulsórios na bolsa de valores, fato que disparou a especulação monetária e a cascata de desemprego e miséria. Esse período da história, contudo, demonstra que crises econômicas desequilibram a continuidade financeira e, desse modo, a consciência de se precaver contra essa situação impede maiores transtornos para se reestruturar futuramente. Isso posto, faz-se mister a reformulação da postura passiva diante do manejo autônomo do dinheiro.    Depreende-se, portanto, a necessidade de se criar mecanismos capazes de instruir a população jovem sobre maneiras corretas de se aplicar o capital e formas de economizar. Para tanto, cabe ao Ministério da Educação - responsável pela formação civil - inserir nas escolas, desde o Ensino Fundamental, matérias que contemplem o ensino financeiro, de maneira integrada com a matemática, língua portuguesa e ciências, para que o aluno perceba tanto a aplicabilidade dessas matérias no cotidiano quanto para, de fato, formar cidadãos capazes de pensar sobre o dinheiro para melhor aplicá-lo. Quiçá, assim, o quadro de dívidas e atrasos reverter-se-á em investimentos e o homem existencialista de Sartre cumprirá seu papel de indivíduo autêntico e responsável.