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Enviada em: 02/09/2018

2,5 milhões de crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos estão fora da escola, segundo levantamento da ong Todos pela educação. Dentro desse cenário, a situação dos alunos matriculados não é diferente, uma vez que o Brasil figura na 59ª posição em Leitura dentre 70 países analisados pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). Contudo, se a participação da família no desenvolvimento educacional dos infantos , bem como sua atuação em parceria com as escolas não forem estimuladas, o país continuará negando aos jovens o direito a educação e a formação como cidadão.       Consoante à filosofia kantiana, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. No entanto, para que o ensino seja efetivo, é preciso que o estudante seja incentivado a desenvolver o hábito do estudo, explorando-o com curiosidade para torná-lo prazeroso. Nesse sentido, porém, quando os pais não participam do momento da lição de casa, nem demonstram interesse pelo cotidiano dos filhos, estes se sentem rejeitados. Por conseguinte, passam a enxergar a escola, meramente, como uma obrigação ou local de convivência com os amigos, destituindo-a do papel de desenvolvedora de capacidades.         Em contrapartida, a disputa estabelecida entre escolas e familiares para culpabilizar o outro pelos problemas de aprendizado e indisciplina dos alunos é um cabo de guerra sem vencedores. De um lado, pais ausentes acreditam que sua única tarefa é matricular os menores nas instituições e que, a partir daí, essas devem formá-los tanto no âmbito profissional, quanto no do caráter. De outro lado, educadores não comprometidos atribuem a si apenas o papel de transmissor vertical de conhecimento - no qual eles apenas passam a matéria e o aluno, se se interessar, busca aprender. Como resultado, hoje, no Brasil, só 13% das escolas públicas mantém relacionamento próximo com a família,segundo o Observatório do Universo Escolar; e as crianças têm baixo aprendizado, como mostra o PISA.       Por tudo isso, é fundamental que Escola e Família passem a atuar juntas para melhorar a educação das gerações do futuro. A primeira, promovendo encontros como feiras e festas temáticas - realizadas nos fins de semana para alcançar inclusive os pais que trabalham em tempo integral - nas quais os professores proponham atividades lúdicas a serem feitas em conjunto com a finalidade de aumentar a integração entre pais, filhos e o corpo docente e criar uma ambiente de cooperação para o acompanhamento do aprendizado dos alunos. Por meio de tal cumplicidade, a família deve ser incentivada a atuar também em casa, pois por meio do diálogo, as crianças são orientadas sobre a importância dos estudos para o futuro e passam a ver a escola como caminho para o conhecimento. Assim, a parceria promoverá a melhora no desenvolvimento educacional e os formará como cidadãos.