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Enviada em: 03/09/2018

CAMINHO SOLITÁRIO    Segundo Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Nesse sentido, o início da vida escolar é o principal marco na construção do indivíduo, saindo de um ambiente estritamente familiar para seu primeiro contato social, a escola. No entanto, desvincular essas duas micro-sociedades as quais a criança está inserida, torna sua jornada pelo conhecimento solitária e frágil, repercutindo em seu desenvolvimento.    Para muitas famílias, a iniciação educacional é marcada pela retomada à rotina normal desde a chegada da criança. Portanto, a partir desse momento a escola será responsável por educar e moldar o caráter, já os responsáveis, meros coadjuvantes. Sob essa ótica, fomenta-se um dos pensamentos mais anacrônicos sobre educação, atribuir à instituição o dever de manter a criança ocupada, consumindo ideias ao invés de criá-las e recriá-las como defendido por Paulo Freire.    Em contrapartida, a escola alega, e com razão, inadimplência da família, que culpa o trabalho e obrigações externas pela ausência. Nesse ciclo de vítimas e culpados, é o aluno quem se prejudica mais, pois deixa de beneficiar-se do conhecimento em ambos os âmbitos de vivência, e constrói uma barreira entre os espaços, restringindo à escola ou ao lar problemas que possa enfrentar, quando seria mais vantajoso o debate conjunto.   Dessa maneira, faz-se necessário que o Ministério da Educação promova a discussão sobre o papel da família na educação infantil. Para esse fim, recursos midiáticos valendo-se de propagandas educativas devem questionar os pais sobre sua atuação nesse meio, nutrindo também a participação da sociedade na escola. Paralelamente, a instituição deve promover uma comunicação mais aberta e acessível à rotina de todos, usando grupos em redes sociais, além de questionários sobre o que esperam de sua metodologia e como podem ajudar para atingir esse objetivo. A partir disso, atingiremos melhores patamares educacionais.