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Enviada em: 21/08/2019

É possível, por intermédio da linguagem simples e coloquial do poema "No meio do caminho", de Carlos Drummond de Andrade, fazer uma analogia a respeito da pouca participação familiar no desenvolvimento educacional das crianças. Sob tal análise pode-se ligar a pedra, presente na obra Drummondiana, à crescente repercussão e manifestação da problemática no cotidiano dos brasileiros. Ainda, constata-se que a mazela está atrelada não somente à inoperância estatal, mas também a irresponsabilidade familiar de algumas famílias.            Em primeira análise, pontua-se o desleixo governamental como precursor do agravamento da situação. Segundo Aristóteles, o Governo deve, acima de tudo, garantir o bem-estar da sociedade. Porém, o baixo investimento em medidas que amenizem a desigualdade social no país revela o descaso das autoridades públicas, haja vista que a solução dessa adversidade implicaria em menores jornadas de trabalho e assim, os pais teriam mais disponibilidade para lidar com a vida estudantil dos filhos. Nesse contexto, verifica-se a necessidade de uma transformação político-social, a fim de que os ideais aristotélicos retornem ao cerne dos princípios governamentais e os acontecimentos supracitados possam ser mitigados à população.            Outrossim, a irresponsabilidade de algumas famílias contribui para a acentuação do revés. Em síntese, o que muitas famílias fazem é atribuir somente à escola o difícil dever do educar. No entanto, conforme Tânia Zagury, filósofa e educadora brasileira, faz-se imprescindível que essa tarefa seja realizada mediante um trabalho em conjunto, ou seja tanto as famílias quanto as escolas devem fazer parte da missão educadora, visto que o não participar de qualquer uma das instituições prejudicará a plena formação do indivíduo.             Logo, para que o triunfo sob a problemática seja efetivado, urge que o Ministério da Economia, por meio dos recursos enviados pelo Estado, promova estudos e projetos econômicos com o intuito de minimizar à desigualdade social que assola o país, de modo a garantir a estabilidade sócio-econômica do cidadão. Ademais, essa ação deverá ser acompanhada de uma redução da carga horária de trabalho com o intuito de facilitar a presença familiar no desenvolvimento educacional das crianças. Ainda assim, parte da verba deverá ser aplicada na ministração de palestras para mostrar aos pais os benefícios que um bom acompanhamento escolar pode proporcionar aos seus filhos. Dessa forma, essa pedra poderá ser removida do caminho social.