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Enviada em: 21/07/2017

A família é para nós, indivíduos dotados de racionalidade, a primeira sociedade da qual fazemos parte. Como sugere Locke, "nascemos como folhas em branco", portanto é nela que começamos nosso processo de adquirir condições para convivermos com os outros seres vivos e com o meio em si. Constata-se isso desde o desenvolvimento pré-histórico, onde a divisão de tarefas se dava por gêneros e devido a isso o filho acompanhava o pai para aprender suas tarefas no futuro. A importância desse convívio social na educação das crianças se dá pela criação, nesse ambiente, da base infantil.       Mensurar a importância da família parece algo inoportuno, exceto diante do surto do desrespeito e intolerância das crianças nas escolas, principalmente pelo Brasil que, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), é o líder  nesse tipo de violência entre os países questionados. Esse processo que vem ocorrendo com a juventude brasileira se dá, principalmente, com a transferência, dos pais para a escola, do processo de educar seus filhos. No contexto atual, o acesso constante a tecnologia, a desigualdade social e os questionamentos infantis, em contraponto aos curtos períodos em que a família mantém contato, devido à necessidade de trabalhar fora para manter os custos mensais, a educação acaba ficando para aqueles que passam mais tempo com os pequenos.       A escola detém sua função conteudista para com as crianças, dessa forma necessita que venham munidos dos ensinos básicos para a convivência social. Além disso, já dizia Platão, "não devem gerar descendentes aqueles que não querem dar-se ao trabalho de educá-los e criá-los", ou seja, desde a Antiguidade Clássica já existia o posicionamento sobre de quem era o dever da criação juvenil. Entretanto, se parte da interferência vem da ausência parental, reduzir o número de filhos por esse motivo trará, como já vem fazendo com o declínio das taxas de natalidade desde a década de 1960 até 2010 de 6 para menos de 2 filhos por mulher, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, problemas para o Estado, como a falta de contribuintes, como já vem ocorrendo, logo, essa problemática atinge o Governo do país em diversos âmbitos.       Em suma, para amenizar o problema, o Governo Federal e o Ministério da Fazenda deve garantir às famílias condições dignas de trabalho, como períodos médios de trabalho diário, salários mínimos realistas diante dos gastos mensais e licença maternidade/paternidade iguais, para que nenhum dos dois lados seja sobrecarregado. E ainda, as escolas devem palestrar a respeito da importância da formação de caráter das crianças no meio familiar, contando com a ajuda e a presença diária de estudantes, em momentos de estágio, de cursos como pedagogia, psicologia, sociologia e filosofia, numa parceria entre Universidade e o Governo responsável, seja Municipal, Estadual ou Federal.