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Enviada em: 11/07/2019

Participação política e cidadania são dois conceitos vinculados, um depende do outro para continuar a existir. No cenário democrático atual, cabe ao cidadão participar da política consciente da responsabilidade que tem. Além disso, sua participação exige constante análise daquilo que está em discussão. Assim, é fundamental que a educação ofereça uma formação crítica aos seus alunos e alunas. O desenvolvimento e a efetivação da cidadania no Brasil depende da participação política engajada e crítica de cada indivíduo.       Inicialmente, deve-se perceber que a participação política, além de ser um direito recente, trata-se de enorme responsabilidade. Hans Jonas, filósofo alemão que teorizou sobre princípio da responsabilidade, defende que o indivíduo deve agir somente de maneira que permita a vida digna no futuro. Assim, as decisões tomadas hodiernamente terão grande impacto na vida das pessoas, o que exige muito cuidado do cidadão na execução de sua participação política.      Paralelamente, a participação política vai além do voto a cada dois anos: é preciso analisar criticamente os assuntos em pauta para poder contribuir de maneira adequada no tabuleiro político. Nesse sentido, Émile Durkheim, sociólogo francês, assevera que o indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que está inserido, e saber quais são suas origens e as condições de que depende. Portanto, para agir, é necessário conhecer.       Por conseguinte, é importante reconhecer o papel central da educação na formação de cidadãos engajados e críticos. Conforme a notória frase de Immanuel Kant, "O ser humano é aquilo que a educação faz dele." Nesse contexto, a educação é o espaço adequado para fomentar o pensamento crítico entre seus alunos, para que eles possam ser cidadãos mais conscientes da necessidade da participação política responsável.       Portanto, é mister que o Estado tome providências para melhorar o quadro atual. Para que haja formação crítica e responsável dos cidadãos, urge que o Poder Executivo, por meio do Ministério da Educação e das Secretarias de Educação Estaduais, estabeleça diretrizes para que as escolas e professores desenvolvam atividades que fomentem o pensamento crítico sobre assuntos diversos; como, por exemplo, a criação de debates estudantis nos quais os alunos protagonizem e defendam seus raciocínios após ampla exposição de diversas percepções de um assunto, bem como recrudescimento da carga horária de disciplinas de filosofia, sociologia e literatura, fundamentais para o desenvolvimento de habilidades críticas exigidas de um cidadão engajado. Somente assim, a participação política responsável e crítica reforçará a efetivação da cidadania no Brasil.