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Enviada em: 25/07/2019

Na cidade de Atenas, durante a Antiguidade, a cidadania era exercida de maneira direta, no qual parte da sociedade ateniense debatia a respeito das questões políticas na ágora. Nesse viés, apesar da política brasileira ser indireta, ou seja, representativa, a democracia nesse âmbito é extremamente maior que em Atenas. No entanto, o usufruto dessa participação é cada vez mais negligênciado, visto que a falta de educação política e a corrupção vem desestimulando o cidadão civil.     Em primeira análise, deve-se pontuar que, após o longo período da Ditadura Militar no país, a redemocratização brasileira estruturou-se de forma lenta e o ensino, antes ideologicamente voltado à ditadura, tornou-se imparcial. Nesse contexto, houve a possibilidade do exercício da cidadania, haja vista novas ideologias partidárias em que o brasileiro pode escolher como representante. Apesar disso, devido a falta de incentivos na educação política, é notório o descaso da população diante desse setor, visto por muitos como irrelevante e tedioso. Logo, a mentalidade de repúdio a política acaba prejudicando o senso crítico dos civís que, por exemplo, votam em candidatos sem esclarecimento nenhum.       Além disso, vale salientar que a cultura de corrupção presente no Brasil gera o sentimento de impotência do cidadão que, diante de escandalos  políticos divulgados diariamente pela mídia, acaba perdendo a confiança nos representantes do país. Sob essa ótica, já afirmava Hannah Arendt a respeito da banalidade do mal, no qual a crueldade torna-se corriqueira e naturalmente aceitavel. Nesse sentido o cidadão, desestimulado, não exerce sua cidadania, importante na quebra do ciclo vicioso da corrupção.     Diante dos fatos supracitados, é preciso que a União, por meio do redirecionamento de verbas do Produto Interno Bruto, junto ao Ministério da Educação, crie cadeiras obrigatórias de noções básicas da política e cidadania, em todas as escolas públicas de Ensino Médio. Assim sendo, essas aulas serão ministradas por sociólogos, no intuito de estimular, desde a juventute, a política garantindo, portanto, o senso crítico civil.