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Enviada em: 30/07/2019

A participação política dos indivíduos surgiu na Grécia Antiga, onde estes se reuniam na praça pública, a Ágora, e deliberavam acerca dos interesses coletivos. No entanto, no Brasil, a experiência democrática, que leva em consideração o sufrágio universal e o voto secreto, só teve êxito a partir dos anos 30 do século passado, ainda que até os dias atuais tenha sofrido inúmeras tentativas de supressão. Dessa forma, envolver-se politicamente é importante para a cidadania brasileira porque cria uma noção de responsabilidade democrática na coletividade e atenua as irregularidades administrativas dos governantes.     Em princípio, sabe-se que a política sempre esteve voltada ao poder hegemônico das oligarquias e dos grupos privilegiados na história brasileira, o que fez com que os interesses de uma minoria sobrepusessem o restante da nação. Nesse contexto, parte do fator responsável é a falta de interesse da sociedade no assunto, pois somente 50% da população brasileira considera o tema importante, segundo dados de 2013 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Desse modo, o envolvimento mais ativo dos brasileiros é necessário para se fazer uma democracia não alienada, tendo em vista que o voto é o caminho legal do cidadão para se conseguir melhorias que atinjam toda a coletividade, ao ponto em que a sua responsabilidade recai diretamente nessa.     Ademais, a atuação política ativa aumenta o uso do voto consciente e isento de vícios que, atualmente, ainda sofre com a má índole de candidatos mediante promessas de beneficiamento ou de compra. Contudo, nos últimos anos, ações populares e representativas surgiram como forma direta de combater as insatisfações com a classe política como, por exemplo, a Lei da Ficha Limpa, que proíbe a candidatura de indivíduos condenados, e a Lei da Transparência, que demonstra os gastos públicos. Por isso, não basta cumprir as obrigações de eleitor a cada eleição, mas exercer a cidadania com vigilância, no intuito de exaurir os escândalos de corrupção, de improbidade administrativa, dentre outros.      A participação política, portanto, é de extrema importância para o ser cidadão pois é uma forma de legitimar a democracia e de reduzir a má gestão pública. Assim, o Estado deve incentivar as ações populares, mediante desburocratização de seus trâmites legais, com a inclusão de um corpo jurídico assistencial para o norteamento de seus objetivos, a fim de trazer as medidas sociais diretamente para as Casas Legislativas, ao mesmo tempo que os Tribunais Eleitorais Regionais ampliem as sanções dos crimes eleitorais. Destarte, futuramente, a população brasileira será mais assídua no exercício de sua cidadania e de sua democracia.