Materiais:
Enviada em: 25/08/2019

O artigo 1º da Constituição Federal brasileira dispõe que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. Porém, essa realidade não é plenamente efetivada, uma vez que há uma carência de educação política no país, bem como uma dificuldade de engajamento de parte da população nas discussões governamentais. Nesse contexto, os dilemas que envolvem esse processo ocorrem, sobretudo, em decorrência de fatores econômicos e históricos, o que necessita de medidas prementes de solução.        De início, cabe ressaltar como a estrutura de ensino no sistema econômico vigente contribui para a falta de educação política. Nesse viés, segundo o sociólogo Karl Marx, a superestrutura é reflexo da infraestrutura, ou seja, os elementos sociais como a cultura, a política  são utilizados para embasar as praticas capitalistas. Sob tal ótica, a educação, no Brasil, também faz parte desse aparato proposto por esse modelo, haja vista que grande parte das escolas privilegiam a construção de saberes voltados para os interesses do mercado, em detrimento de uma formação reflexiva e humana, preterindo disciplinas que abordem temas políticos. Por conseguinte, essa formação intelectual contribui para a alienação da população, o que pode gerar problemas na construção da cidadania dos indivíduos, visto que são mais facilmente ludibriados, em muitos casos, por práticas políticas inconsistentes.        Além disso, é fundamental destacar como o passado histórico antidemocrático contribui para a falta de engajamento da população brasileira. Nesse contexto,insere-se o período da Ditadura Militar brasileira, no qual foram impostas pelo governo da época medidas ditatoriais, como o fim das eleições diretas para presidente e governadores, a extinção da maioria dos partidos partidos, bem como a promulgação do Ato Institucional nº 5, que proibiu reuniões políticas sem autorização prévia.Dentro dessa perspectiva, essas práticas foram responsáveis por um distanciamento de parte da sociedade dos assuntos políticos, o que fez com que se constituísse uma cultura no país, de não participação ativa dos assuntos políticos.         Fica clara, pois, a urgência em coibir essa preocupante realidade. Para isso, cabe ao Ministério da Educação criar disciplinas que contribuam para a formação crítica dos indivíduos, a exemplo da Educação Política, as quais podem ser ministradas por professores das área da Sociologia e da História, com vistas a formar fomentar as práticas de cidadania da população, bem como mitigar os efeitos negativos no âmbito político causado pelo passado ditatorial do Brasil, para aumentar a participação popular nessa esfera. Com essas medidas, o disposto na Magna Carta brasileira será, gradativamente, cumprido no país.