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Enviada em: 15/08/2019

No período da Antiguidade Clássica Grega, na cidade-estado de Esparta, o preparo físico e as habilidades de combate eram incentivadas em crianças desde os 7 anos, e tornaram-se características marcantes dentro do imaginário Grego. De forma análoga, hodiernamente, reconhece-se a importância da prática de atividades físicas, sobretudo por idosos, para a obtenção de uma boa qualidade de vida. Contudo, tal premissa não é posta em prática na conjuntura brasileira, muito em razão da Inércia Estatal em criar mecanismos de fomentação dessa prática, e também pela omissão social instaurada.             Em primeira análise, nota-se a falta de Investimento do Estado em políticas públicas promotoras da prática desportiva destinadas aos idosos. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde em 2013, aproximadamente um terço da população senil brasileira apresenta alguma limitação para a realização de suas atividades diárias. Tendo em vista isso, infere-se o papel de destaque que o sedentarismo desempenha na elevação dessa alarmante estatística, o que está relacionado à precariedade da manutenção de espaços públicos para o uso dos mais velhos, como praças, academias ao ao livre e ciclovias. Dessa forma, é indubitável a atuação negligente do Poder Público no enfrentamento da problemática.             Por outro ângulo, observa-se a postura omissa da sociedade em incentivar a quebra do ciclo vicioso do sedentarismo por parte da terceira idade. De acordo com o sociólogo francês Pierre Bourdieu, em sua teoria do Habitus, o corpo social possui padrões que são impostos, naturalizados e, posteriormente, reproduzidos. Sob este viés, pode-se verificar a aplicação desse princípio no contexto brasileiro, uma vez que a coletividade, ao logo do tempo, mostra-se indiferente ao fato da importância da execução de exercícios físicos para idosos serem fatores de prevenção e promoção de saúde, como a melhora de doenças cardiovasculares, diabetes, depressão, mal de Parkinson e Alzheimer. Destarte, medidas são necessárias para alterar essa "padronização de pensamentos" prevista por Bourdieu.                Nesse cenário, é vital o estímulo à prática desportiva pelos senis,haja vista a sua importância. Para isso, o Congresso Nacional, como instância reguladora do orçamento público, deve ampliar as verbas destinadas ao Ministério do Saúde para a contratação de educadores físicos, os quais atuariam em academias ao ar livre e clubes públicos, com o intuito de realizar atividades físicas e treinamentos funcionais para a parcela idosa, com vistas a garantir o bem-estar geral desta camada. Ao mesmo tempo, cabe às Prefeituras, em parceria com ONGs, a realização de palestras e debates, em praças e centros culturais, para informar sobre as vantagens da atividade física na terceira idade. Assim, faríamos jus ao ideal Grego.