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Enviada em: 23/08/2019

No clássico da literatura “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, o defunto autor declara que “A velhice ridícula é, porventura, a mais triste e derradeira surpresa da natureza humana”. Assim, a fim de combater esse cenário, é necessário que os idosos, no Brasil, tenham a qualidade de vida assegurada. Todavia, fatores como o preconceito e a ausência de ações que acolham essa parcela da população impedem a superação desse desafio.   À luz desse debate, cabe aludir ao pensamento do filósofo romano Sêneca, de que a velhice é boa e não revela nenhuma decadência. Todavia, após a Revolução Industrial, a mudança nas relações sociais provocou o pensamento de que só era digno aquele que possuía força de trabalho. Assim, os idosos passaram a ser associados à inutilidade e à degradação da vida humana. Nesse ínterim, mesmo após tantos progressos em áreas como tecnologia e saúde, esses indivíduos continuaram a ser excluídos socialmente.    Paralelo a isso, cabe retratar, ainda, a mudança na pirâmide etária brasileira. O aumento da expectativa, de vida frente à ausência de políticas de seguridade social, provocou o isolamento e o sedentarismo na população mais velha. Segundo a Organização Mundial da Saúde, as atividades físicas ajudam a prevenir o surgimento de doenças como osteoporose e problemas cardíacos. Diante disso, é evidente a necessidade de incluir os idosos de maneira funcional na sociedade.  Destarte, é necessário que as prefeituras municipais, por meio de financiamento de projetos urbanísticos, propicie a criação de espaços de lazer e academias públicas, a fim de fornecer alternativas saudáveis e gratuitas ao sedentarismo. Outrossim, o Ministério da Saúde, em parceria com os governos estaduais, deve criar redes de acompanhamento da população idosa nos postos de atendimento das principais cidades, com o objetivo de realizar avaliações psicossociais e físicas. Assim, espera-se contribuir para a formação de cidadãos mais ativos e conscientes.